O Cine PE 2019 continuou a todo o vapor em seu segundo dia. Nesta terça-feira, 30, o longa-metragem Abraço (2019), de Deivisson Fiuza, que remonta a uma mobilização factual de educadores sergipanos em 2018, fechou a noite espelhando as turbulências políticas que assolam o Brasil há algum tempo. Aliás, o tom de protesto perpassou as manifestações da equipe que subiu ao palco do Cinema São Luiz para apresentar o filme: “O Brasil não merece o momento que está vivendo”, disse o cineasta, tão aplaudido quanto o ator Flavio Bauraqui, intérprete do protagonista, que afirmou logo a seguir: “Podem até nos balançar, mas cair, não iremos”.
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Outras manifestações de desagravo ao governo de Jair Bolsonaro ecoaram no São Luiz. Rozzi Brasil, diretora do curta Procuram-se Mulheres (2019), disse em meio à apresentação de seu documentário: “Acho muito emblemático que em um momento como esse, em que a Ancine é tão atacada, eu tenha conseguido sair do Rio de Janeiro e chegado em Pernambuco com esse filme. Parece um quebra-cabeças divino”. Outros realizadores demonstraram insatisfação quanto aos cortes de repasse para eventos culturais e às ameaças de Bolsonaro de extinção da Ancine.
Nesta quarta-feira, a 23ª edição do Cine PE chega ao seu terceiro dia de exibições. Na programação estão os filmes Quando a Chuva Vem? (2019) e Sobre Viver (2019), ambos da Mostra Competitiva de Curtas-Metragens Pernambucanos, e Obeso Mórbido (2019), Cor de Pele (2019), É Difícil te Encontrar (2019), A Pedra (2019) e Apneia (2019) entre os curtas nacionais. O longa-metragem da noite é o carioca Vidas Descartáveis (2019), de Alexandre Valenti e Alberto Graça. Acompanhe tudo sobre o Cine PE 2019 no Papo de Cinema.
(Fonte: Jana Constantino)
