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A segunda noite de exibições dos longas-metragens da mostra competitiva do 25º Cine PE começou com um documentário sobre presidiários em Rondônia. Ainda Estou Vivo (2021) mostra um grupo de condenados que experimentam terapias alternativas oferecidas por uma organização que visa trabalhar aspectos à ressocialização. O cineasta André Bomfim subiu ao palco do Teatro do Parque para apresentar o seu filho e chegou a ficar com a voz embargada ao dedicar a sessão aos milhares de mortos pela Covid-19, logo depois revelando que o próprio pai está entre esses brasileiros que não sobreviveram à doença e às políticas do nosso desgoverno que fez pouco da vacina, que zombou de protocolos sérios de prevenção, ou seja, que se eximiu da responsabilidade quando a população mais precisava. Logo na sequência foi a vez da exibição de Deserto Particular (2021), filme de Aly Muritiba escolhido para representar o Brasil no Oscar 2022. A história de dois homens com vivências e questões aparentemente distintas, mas que se encontram aos trancos e barracos para se revolucionarem, bateu forte na plateia. No ar, a sensação de que pintou o campeão do evento, a não ser que os dois últimos longas sejam do mesmo nível ou que o júri acredite que não vale a pena premiar um filme que já conta com muita visibilidade – o que evidentemente seria um erro.

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Já a quinta-feira, 25, começou com um debate de altíssimo nível entre os realizadores dos curtas-metragens exibidos na tarde anterior no Cine PE. O que sobressaiu foi a juventude dos presentes e a garra deleas para enfrentar as adversidades do setor e continuar fazendo cinema. Na sequência, foi a vez da conversa em torno dos longas-metragens Ainda Estou Vivo, representado pelo cineasta André Bomfim, e Deserto Particular, este representado pelo ator Pedro Fasanaro. André falou bastante da maneira como se aproximou da controversa prática chamada de Constelação Familiar, citando os benefícios da mesma e revelando que a natureza observacional do longa-metragem foi definida na montagem. Já Pedro falou do processo de construção dos personagens do filme que vai representar o Brasil no Oscar 2022, discorreu a respeito da importância da representatividade, entre outras coisas que ele reiterou logo depois, quando concedeu uma entrevista exclusiva ao Papo de Cinema – e que você verá em breve no ar.

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Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.

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