A programação é composta por obras nas quais Stroheim participou como roteirista, ator e diretor. Conhecido como precursor da técnica moderna no cinema, estabelece uma relação entre o enquadramento, geralmente repleto de detalhes significativos, e uma complexa montagem cinematográfica para tratar de assuntos polêmicos como sexualidade, sadismo, degeneração social, conflitos matrimoniais e esteticismo. A visão artística ousada do cineasta e seu comportamento autoritário e excêntrico nos sets de filmagem, fizeram com que vários de seus filmes sofressem uma profunda interferência das produtoras, rendendo-lhe a fama de diretor maldito. Audacioso, sua carreira acompanha o desenvolvimento e consolidação da linguagem cinematográfica e, em muitas de suas obras, é possível perceber que seu ímpeto criativo estava de encontro aos recursos técnicos e estéticos utilizados naquele momento da história do cinema.
Entre os filmes que fazem parte da programação está Minha Rainha, de 1929, dirigido por Stroheim e protagonizado pela estrela do cinema mudo Gloria Swanson, que conta a história de uma estudante de convento, seduzida por um príncipe. Com o início do uso do som no cinema, muitos atores desta época caíram em esquecimento por não se adaptarem à nova linguagem. Em 1950, Crepúsculo dos Deuses foi uma das principais obras que fala sobre a indústria cinematográfica e essas mudanças. Desta vez, Stroheim atua como mordomo da personagem de Swanson, uma decadente atriz da época do cinema mudo que tem que lidar com o abandono e e o fim da carreira. Por esta relação metalinguística, os dois filmes serão exibidos sequencialmente em duas oportunidades durante a programação da mostra, nos dias 2 e 7 de outubro. Confira aqui a programação completa.
(Fonte: Assessoria de Imprensa Fundação Clóvis Salgado)