Faleceu na última sexta-feira, 10, um dos maiores nomes do cinema produzido na terra das touradas. Premiado em diversos festivais, Carlos Saura morreu aos 91 anos de insuficiência respiratória, segundo informações do jornal El País. Em comunicado, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas da Espanha, que organiza o Prêmio Goya, informou que Saura nos deixou “cercado por seus familiares queridos”, e o definiu como “um dos cineastas fundamentais da história do cinema espanhol“. Coincidentemente, a morte do cineasta aconteceu um dia antes de ele receber o Prêmio Goya de Honra.
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Nascido na cidade espanhola de Huesca, em 1932, Carlos herdou o gosto pela arte da sua mãe pianista. Seu irmão, Antonio, tornou-se um dos principais pintores modernos da Espanha. Saura abandonou os estudos de engenharia industrial em 1949, começando a vida profissional em 1951, aos 19 anos, como fotógrafo artístico. No ano seguinte, ingressou na Escola de Cinema de Madrid e, em 1960, realizou seu primeiro longa: Los Golfos. O drama policial foi selecionado para a mostra principal do Festival de Cannes do mesmo ano, concorrendo a Palma de Ouro, fato que rapidamente tornou Saura um nome conhecido no cenário cinematográfico de seu país.
Nos anos que se seguiram, o diretor lançou diversos filmes condecorados em inúmeros outros festivais, como Veneza, San Sebastián, Berlim e Chicago. Nos anos 1990, chegou a vencer dois prêmios Goya por seu trabalho em Ay, Carmela! (1990) e, conquistando a atenção de Hollywood, foi indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em três oportunidades, com as produções Mamãe Faz 100 Anos (1979), Carmen (1983) e Tango (1998). Admirado pelo cineasta norte-americano Stanley Kubrick, Saura era conhecido por suas críticas à cultura burguesa, pelo uso de flashbacks e inspirações surrealistas, tal qual o seu amigo e conterrâneo Luis Buñuel. Entre 1956, ainda na feitura de curtas, e 2022, quando lançou o documentário Las Paredes Hablan, Carlos comandou mais de 50 produções.