Cineasta Eugène Green é expulso do Festival de San Sebastian por se recusar a usar máscara

Publicado por
Marcelo Müller

O cineasta franco-americano Eugène Green foi expulso do Festival de San Sebastian, na Espanha, por ter se recusado terminantemente a utilizar máscara na première de seu filme, Atarrabi Et Mikelats (2020), na noite desta quarta-feira, 23. De acordo com a organização do evento, foram feitos cinco pedidos para que ele vestisse o acessório de proteção, obrigatório dentro dos protocolos sanitários adotados pela organização para evitar a propagação do Covid-19. O comunicado enviado à imprensa cita que a ocasião foi marcada por uma situação “desagradável”: “Durante a estreia, foi solicitado ao cineasta Eugène Green, por cinco vezes pela equipe do Festival, para ele não apenas colocar a máscara, mas a colocar corretamente. Por fim, por conta da falta de colaboração, a direção do Festival pediu-lhe que se retirasse da sala. Dois agentes da Polícia Basca o informaram de que será processada uma reclamação administrativa, pela qual ele poderá receber multa”.

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A nota ainda menciona que o credenciamento de Eugène Green, um dos nomes mais respeitados do cinema europeu contemporâneo, foi suspenso e, assim, ele perdeu o status de convidado oficial do evento, “por seu desrespeito às medidas acordadas com as autoridades sanitárias, colocando em risco a saúde dos funcionários do Festival, dos espectadores e da equipe de filmagem”. Vale lembrar que San Sebastian, assim como o Festival de Veneza, diferentemente de outros eventos que migraram inteiramente para o online ou sequer aconteceram em 2020, resolveu adotar uma edição presencial, mas condicionada pelo comprometimento com essas medidas rígidas de segurança sanitária. Parece que realmente a organização está levando os protocolos a sério, doa a quem doer.

Cena de “Atarrabi Et Mikelats”
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Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.