O cineasta francês Paul Vecchiali morreu nesta quarta-feira, 18, aos 92 anos, de acordo com informações iniciais da revista cultural francesa Les Inrockuptibles. Membro menos célebre (por sua verve experimental) da nouvelle vague francesa – movimento de renovação que chacoalhou a Sétima Arte entre os anos 1950/70 -, ele deixa uma obra marcada pela ruptura. Nascido em 1930 na região da Córsega, na Franca, o artista deixou a sua terra natal logo depois da Segunda Guerra Mundial, pois sua família era suspeita de colaborar com os invasores nazistas. Mais tarde, encontrou grupos com os quais pode começar a desenvolver profissionalmente o seu gosto por cinema. Foi colaborador da mítica revista Cahiers du Cinéma, uma das publicações mais influentes da Europa pós-guerra e, depois de servir o exército francês na guerra da Argélia, retornou a Paris onde começou a fazer seus filmes.
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Os filmes mais conhecidos de Paul Vecchiali são Uma Vez Mais (1988), No Alto das Escadas (1983) e Réquiem para uma Mulher (1979). Ele também incursionou pelo cinema pornográfico com A Chantagem (1975), no qual uma política é chantageada depois do vazamento de um vídeo íntimo do seu filho. O caráter transgressor dos filmes de Paul Vecchiali o levaram a uma carreira com restrições orçamentárias, algo compensado por sua extrema criatividade. Além de diretor, ele foi um importante produtor, tendo assinado como tal obras importantes como Jeanne Dielman (1975), longa de Chantal Akerman eleito o Melhor Filme de Todos os Tempo pela revista Sight and Sound. No ano de 2017, o cineasta veio ao Brasil para receber uma homenagem da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo,. agraciado com o com o prêmio honorário Leon Cakoff.