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Cineasta iraniano é condenado à prisão por apresentar filme no Festival de Cannes

Publicado por
Marcelo Müller

O cineasta iraniano Saeed Roustaee foi condenado a seis meses de prisão por um tribunal do Irã. A informação foi divulgada nesta terça-feira, 15, pelo jornal reformista Etemad. Tudo porque ele apresentou, em 2022, seu mais recente filme, Leïla et ses Frères (2022), no Festival de Cannes. A produção foi proibida pelo governo iraniano depois da exibição em Cannes e Munique. A alegação da promotoria é que o longa-metragem contribui para a propaganda de oposição ao sistema islâmico do Irã. O produtor Javad Norouzbeigui também foi indiciado e condenado. No entanto, o tribunal determinou que ambos cumpram inicialmente apenas nove dias de encarceramento e que o restante da pena fique suspensa por cinco anos, período em que não podem exercer quaisquer “atividades ligadas ao crime cometido, nem se comunicar com pessoas que atuam no setor do cinema”. Cabe recurso ainda à defesa.

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Cena de “Leïla et ses Frères”

Leïla et ses Frères mostra uma família iraniana extremamente pobre num contexto de crise econômica severa. O filme ganhou o prêmio da Fipresci (Federação Internacional dos Críticos de Cinema) na edição 2022 de Cannes. O júri da entidade justificou a distinção da seguinte maneira: “Pela capacidade do diretor de criar uma história envolvente, muito densa quanto às percepções culturais, desenhando um microcosmo de patriarcado disfuncional e movendo-se livremente – e alegremente – entre os tons”.

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Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.