20210521 jafar panahi papo de cinema

O cineasta iraniano Jafar Panahi começou nesta quarta-feira, 01, uma greve de fome para protestar contra a manutenção de sua prisão na petitenciária de Evin, em Teerã, mesmo que recentemente a Suprema Corte iraniana tenha anulado o processo que levou o artista originalmente ao cárcere. O realizador emitiu um comunicado à imprensa por meio de seus familiares em que menciona “tratamento ilegal e desumano” ao qual estaria sendo submetido pelas autoridades islâmicas, anunciando que vai parar de se alimentar e tomar seus remédios para que “talvez meu corpo sem vida seja finalmente libertado da prisão”. A forte declaração foi postada pela esposa de Panahi, Tahereh Saeedi, e pelo filho do casal, Panah Panahi, em suas contas no Instagram.

LEIA MAIS
Cineasta Jafar Panahi é novamente preso no Irã
Presa no Irã a atriz Taraneh Alidoosti, do oscarizado O Apartamento
Estrelas de Hollywood protestam contra discurso conspiratório e agressivo de Donald Trump

isto nao e um filme
Cena de “Isto Não é um Filme”

Em 2010, Jafar Panahi foi condenado a seis anos de prisão e a 20 anos sem direito de filmar, escrever roteiros, viajar ou dar entrevistas à imprensa. O motivo: “propaganda contra o regime”, depois de ter apoiado protestos em 2009 contrários à reeleição do ultraconservador Mahmud Ahmadinejad para a presidência da República Islâmica. Nesse período de clausura (às vezes burlada), dirigiu filmes celebrados, como Isto Não é um Filme (2011), Táxi Teerã (2015) e 3 Faces (2018). Em julho de 2022 ele foi novamente detido ao cobrar das autoridades explicações sobre as prisões de seus colegas Mohammad Rasoulof e Mostafa Al-Ahmad. Em outubro de 2022 os advogados do cineasta anularam a sentença de 2010, mas mesmo assim ele segue impedido de sair. A esposa e os advogados de Panahi afirmam que os serviços de segurança iranianos estão forçando o judiciário a mantê-lo atrás das grades.

20150206 4e4b44e2 1099 43fc bd20 bc95b247e031 620x372

As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.
avatar
Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *