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Cineasta Paul Schrader chama cultura do cancelamento de “contagiosa”

Publicado por
Marcelo Müller

Considerado um dos grandes nomes da renovação do cinema norte-americano nos anos 1960/70, Paul Schrader não é o tipo de criador de foge das polêmicas, pelo contrário. O roteirista por trás da obra-prima Taxi Driver (1976) parece sempre disposto a cutucar as feridas sociais para gerar incômodo e, talvez, a partir dele uma reflexão. Recentemente, enquanto promovia seu mais novo filme, The Card Counter, o veterano disparou contra a chamada cultura do cancelamento, a comparando à variante Delta da Covid-19: “Cada vez mais carreiras terminam, não por causa de acusações criminais, mas por conta de acusações pessoais, seja Kevin Spacey, Scott Rudin ou Johnny Depp. Eles foram apanhados na chamada cultura do cancelamento. Cancelar a cultura é algo tão contagioso quanto a variante Delta da Covid-19. Se o seu amigo disser: ‘Eles estão dizendo essas coisas terríveis sobre mim que não são verdade’, você tem medo de vir em sua defesa porque também pode pegar o vírus”.

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Questionado sobre qualquer medo de ser “cancelado”, ele foi direto: “não, porque sempre fui bastante transparente e aberto, além de manter as minhas mãos apenas em mim mesmo”. Lembrado que Schrader recentemente foi manchete por ter dado declarações controversas envolvendo os protocolos para frear a Covid-19, mais precisamente a respeito do comportamento dos produtores que interromperam as filmagens de The Card Counter: “A produção foi interrompida pelos meus produtores irritados porque alguém teve o vírus corona. Eu mesma teria rodado numa chuva de fogo do inferno para completar o filme. Estou velho e asmático, portanto, que melhor maneira de morrer do que no trabalho?”.  E aí, voltando à cultura do cancelamento, você concorda com o veterano?

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Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.