O cineasta sul-coreano Kim Ki-duk morreu nesta sexta-feira, 11, devido a complicações da Covid-19. Ele estava internado num hospital da Letônia desde que foi diagnosticado com o novo coronavírus. De acordo com a imprensa local, ele pretendia ficar residência no país. Considerado uma das principais figuras do cinema asiático das últimas décadas, ganhou o Urso de Ouro no Festival de Berlim de 2004 com Samaritana, o Leão de Ouro no Festival de Veneza de 2012 com Pietá e o prêmio principal da mostra Um Certo Olhar do Festival de Cannes de 2011 com o documentário Arriang. Assim, foi celebrado nos três maiores eventos cinematográficos do mundo, a despeito das frequentes divisões entre os críticos que louvavam entusiasticamente seu trabalho e os que acusavam certa inclinação a uma manipulação emocional excessiva.
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O mais famoso filme de Kim Ki-duk provavelmente é Primavera, Verão, Outono, Inverno…Primavera (2003), uma meditação com tintas budistas que tem como pano de fundo as quatro estações do ano. O sul-coreano também foi alvo de polêmicas, como a utilização de cenas reais de violência contra os animais em A Ilha (2000). Em 2017, foi acusado por uma atriz de abuso sexual. O crime teria acontecido durantes as filmagens de Moebius (2013). A denúncia incentivou outras mulheres a revelarem que tinham sofrido algum tipo de violência sexual por parte de Kim Ki-duk, situação que acabou o afastando de fontes de financiamento e o transformando numa espécie de persona non grata. Seu último filme, Din (2019), teve produção parcial do Cazaquistão.