Talvez você não saiba, mas Madame Durocher foi uma famosa parteira do Rio de Janeiro, no século XIX. Dona do título de “primeira mulher a ser recebida, como membro titular, na Academia Imperial de Medicina, em 1871”, Marie Josephine Mathilde Durocher está prestes a ter sua trajetória contada na telona, pois, na última terça-feira, 30, começaram as gravações da cinebiografia de Durocher, na cidade de São Paulo. Com direção de Dida Andrade e Andradina Azevedo, dupla que dirigiu o drama 30 Anos Blues (2019), o projeto ainda não possui data de estreia confirmada.
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Com roteiro escrito por João Segall (O Caseiro, 2016) e Rita Buzzar (Olga, 2004), o filme contará com, segundo os realizadores, um “misto entre atores nacionais e internacionais pela busca de uma maior ambientação para as telas do cinema”. No cast estão confirmados Marie-Joseé Croze, Sandra Corveloni, Jeanne Boudier, Isabel Fillardis, Armando Babaioff, Fernando Alves Pinto, André Ramiro e Mateus Solano.
PRESENÇA FEMININA
Ainda conforme divulgado pelos responsáveis, Rita afirmou que “esse longa demorou mais de 10 anos para ser realizado, então é com grande emoção que estamos realizando”. Ela acrescenta: “Durante muitos anos, as mulheres não tiveram voz nesse país, não tiveram presença, ou a presença delas foi esquecida ou alijada da história do Brasil e finalmente hoje em dia estamos começando a reconhecer mulheres, cidadãs que fizeram a história do Brasil”.
MADAME DUROCHER
Nascida em Paris em 1808, Durocher chegou ao Rio de Janeiro aos sete anos de idade, com sua mãe, uma modista francesa. Após casar com um brasileiro e ter dois filhos, enfrentou a morte de sua mãe e seu marido, alguns anos depois. A loja onde trabalhava com sua mãe começou a reunir dívidas e Durocher foi obrigada a entregá-la aos credores, tomando a decisão de se tornar parteira. Em 1832, foi a única aluna do Curso de Partos da Faculdade de Medicina. Formada, passou a atender diversas pacientes – das mais necessitadas às mais ricas.
Após sofrer algumas tentativas de abuso sexual, Durocher assumiu um figurino masculino como forma de proteção e ser mais aceita entre o mundo profissional. Embora ridicularizada por médicos conservadores, sua capacidade de resolver partos difíceis era respeitada. Foi nomeada parteira da casa imperial e atendeu a esposa do Imperador D. Pedro II, em seus partos. Fazendo questão de atender a pacientes que não podiam lhe pagar e doando seus proventos aos necessitados, em 50 anos, Madame Durocher atendeu a oito mil partos.
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