O Cinecipó ocupa um espaço particular dentro do calendário de festivais brasileiros de cinema. Voltado inicialmente ao público mineiro, o evento dedicado ao cinema insurgente e alternativo se adequa ao formato online para a sua 9ª edição. Entre os dias 30 de novembro e 28 de dezembro, cerca de 60 produções, escolhidas entre 500 inscritos, serão exibidas ao país inteiro.
O festival se divide entre quatro eixos simultâneos: Sonhos, para obras subversivas, Derivas, focado no trabalho da performance audiovisual, Vigílias, para o cinema de vertente realista, e Retomadas, caso dos filmes apoiados em material de arquivo ou resgate de fatos históricos. A seleção 2020 é marcada pela presença expressiva de criadores negros, indígenas e LGBTQIA+.
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Na sessão de abertura será exibido o documentário colombiano Nossa Voz de Terra: Memória e Futuro (1982), dirigido por Marta Rodriguez e Jorge Silva. A versão restaurada apresenta o processo de adaptação de uma comunidade indígena ao mundo moderno, com o suporte de encenações. O brasileiro Sertânia (2020), de Geraldo Sarno, também ganha exibição depois de passagem aclamada pela Mostra de Tiradentes e pelo Festival Ecrã.
Outros destaques do Cinecipó são Bonde (2019) e Perifericu (2019), dois curtas-metragens de temática LGBTQIA+ que circularam pelos maiores festivais brasileiros, além de República (2020), curta-metragem de Grace Passô realizado durante a quarentena, refletindo a angústias da pandemia de Covid-19, e O Verbo se Fez Carne, performance em curta-metragem do artista indígena Ziel Karapotó.
A programação está dividida em sessões semanais, com exibição gratuita. Todas as informações referentes a filmes, horários de exibição e debates se encontram no site oficial do Cinecipó.