Deuses do Egito, filme que a Rede Globo apresenta na madrugada de domingo (20) para segunda (21/04) no programa Cinemaço, chegou ao cinema repleto de expectativas, mas deixou pouca gente satisfeita com o que viu nas telas. E mais do que isso, gerou incômodo ainda nos bastidores, durante as filmagens. Mas como uma aposta dessas chegou a ser feita? E o que tal iniciativa significou para a carreira do diretor Alex Proyas. Segue o fio que a gente conta tudo!
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DEUSES DO EGITO :: CONFUSÕES NO ELENCO
Os problemas com Deuses do Egito começaram ainda na escalação do elenco. Baseado no mito egípcio As Contendas de Hórus e Seth, a história se passa durante a vigésima dinastia do Egito e lida com as batalhas entre os deuses Hórus e Seth para determinar quem sucederá Osíris como rei. Osíris e Seth eram irmãos, filhos de Ra. Hórus, por sua vez, era filho de Isis. No entanto, os atores escolhidos para interpretar esses personagens nem sempre condiziam com essas relações de parentesco. Para se ter uma ideia, Rachael Blake (Isis) é um ano mais nova do que Nikolaj Coster-Waldau (Hórus). Já Bryan Brown (Osíris) é quatro anos mais velho do que Geoffrey Rush (Ra). Ah, e Gerard Butler (Seth) é um ano mais velho do que Nikolaj Coster-Waldau. A verossimilhança da história, por mais que trate de seres mitológicos dotados de poderes mágicos, ficou um tanto comprometida.
DEUSES DO EGITO :: O FIM DE ALEX PROYAS?
Nascido no Egito, o cineasta Alex Proyas era, no entanto, o único egípcio em todo a equipe de Deuses do Egito. Nem as filmagens se deram no país, tendo sido realizadas na Austrália (em grande parte pela mesma equipe de Mad Max: Estrada da Fúria, 2015). Com isso, o filme foi acusado de apropriação cultural, e bastante criticado por não se ater aos costumes e tradições do país que buscava representar. E pensar que muito disso poderia ter sido evitado. Afinal, Proyas estava longe de ser um novato.
Após ter iniciado sua carreira dirigindo videoclipes para artistas como a banda INXS e Fleetwood Mac, estreou no cinema com O Corvo (1994), filme que se tornou conhecido mais pelo acidente que determinou a morte de Brandon Lee, durante as filmagens, do que pelo resultado visto nas telas. Sucessos como Eu, Robô (2004) e Presságio (2009) consagraram sua posição em Hollywood. O que o levou ao festival de excessos que foi Deuses do Egito.
Alex Proyas praticamente se aposentou após o gigantesco fracasso de Deuses do Egito. Desde então, já dirigiu cinco curtas-metragens, mas seus admiradores podem se acalmar. O cineasta atualmente se encontra na pós-produção da ficção científica R.U.R., estrelada por Anthony LaPaglia e baseada na peça de Karel Capek, encenada pela primeira vez nos anos 1920.
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DEUSES DO EGITO :: SUCESSO OU FRACASSO DE BILHETERIA?
Ao custo de US$ 140 milhões, Deuses do Egito chegou aos cinemas precedido pela má fama gerada pelas controvérsias de suas filmagens. Para piorar, estreou no mesmo dia de um sucesso inesperado: Deadpool (2016), que custou três vezes menos e faturou quase US$ 800 milhões ao redor do mundo. Como resultado, a bilheteria do longa dirigido por Alex Proyas foi pouco além dos US$ 30 milhões nos EUA (cerca de 5 vezes menos do que seu orçamento), ainda que tenha chegado a US$ 150 milhões com os resultados internacionais. Ainda assim, pouco para recuperar o seu investimento, pois em casos assim se faz necessário também calcular tudo que foi gasto em marketing e em divulgação, valores esses que geralmente não são divulgados, mas podem superar até mesmo o montante investido na produção.
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