Uma pequena notícia positiva para a Cinemateca Brasileira: segundo o site Farofafá, da Carta Capital, foi lançada na última quarta-feira, 9 de junho, uma portaria visando iniciar o processo de escolha da nova Organização Social responsável por gerir a instituição. A OS selecionada será responsável pela preservação do patrimônio, difusão das obras, documentação e proteção do acervo.
Esta publicação era aguardada com urgência: reportagens sugerem que a Cinemateca já pode ter perdido até mil filmes pela falta de cuidado específico. Além disso, o acervo corre risco de incêndio e depredação devido ao material inflamável (caso dos rolos de película). A Secretaria da Cultura tomou as chaves do local e interrompeu as atividades da Cinemateca há um ano. Apesar das promessas de escolher uma nova OS a partir de janeiro de 2021, não havia tomado medidas concretas até agora.
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Mesmo assim, a situação não deve se regularizar tão cedo: o processo de seleção da OS durará até seis meses, além do tempo efetivo para a retomada das atividades regulares. Vale lembrar que os funcionários da Cinemateca foram demitidos, sem as devidas compensações durante o afastamento, e que o quadro de trabalhadores especializados precisaria ser reconstituído praticamente do zero.
O descaso do governo federal com a Cinemateca Brasileira se tornou um símbolo da atual gestão política da cultura. Jair Bolsonaro tentou aparelhar a instituição, oferecendo um cargo inexistente, e jamais efetivado, a Regina Duarte. A Sociedade Amigos da Cinemateca tem efetuado protestos constantes, contando com forte apoio internacional, em defesa da reabertura imediata da maior instituição de memória cinematográfica da América Latina.