No começo de junho, a Cinemateca Brasileira completa um ano de fechamento por ação do governo federal. O Secretário da Cultura, Mário Frias, tomou as chaves da instituição em agosto de 2020, com ajuda de escolta policial. Em janeiro de 2021, prometeu passar a gestão à Sociedade Amigos da Cinemateca e reabrir o acesso a visitantes e pesquisadores. No entanto, a promessa não foi cumprida.
De acordo com o site Farofafá, da Carta Capital, o governo garantido apenas a contenção mínima da crise, graças à pressão contínua de grandes instituições pela preservação do rico acervo e do espaço físico da Cinemateca. Nesta terça-feira, 25 de maio, foi anunciada a contratação de uma empresa de engenharia para avaliar os riscos e os custos de manutenção. A preocupação diz respeito à grande quantidade de películas frágeis e inflamáveis, que podem tanto dar origem a incêndios quanto se degradarem, provocando a perda de materiais históricos preciosos.
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Com 240 mil rolos de filmes e 41 mil títulos distintos, a Cinemateca Brasileira constitui o maior acervo cinematográfico da América Latina, fundamental para pesquisas, projeções de filmes e programações de festivais, entre outros. Inúmeros protestos foram organizados em frente à sede, na Vila Mariana, em São Paulo, exigindo a reabertura imediata da instituição. O movimento conseguiu o apoio das maiores cinematecas brasileiras e mundiais.
Em entrevista ao Papo de Cinema, o cineasta Roberto Gervitz, representante da Associação dos Amigos da Cinemateca, afirma: “A Cinemateca já enfrentou muitas crises, mas este abandono total, este descaso e esta vontade do governo em atacar um órgão que cuida da memória audiovisual é assustadora. […] Nós queremos mobilizar a sociedade, porque a Cinemateca pertence a ela, não aos cineastas. A Cinemateca constitui um patrimônio da sociedade civil”.
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