Nesta quarta-feira, 11, o produtor Harvey Weinstein, que já havia sido considerado culpado no último mês por diversos crimes de abuso sexual e estupro, recebeu sua primeira sentença, de 23 anos de prisão. Ele foi condenado por abuso sexual contra a assistente de produção Miriam Haley em 2006, e por estupro em terceiro grau contra a aspirante a atriz Jessica Mann em 2013. Acusações de outras vítimas ainda pendem contra ele, esperando por julgamento.
No entanto, Weinstein foi inocentado de algumas acusações mais leves, referentes a comportamento predatório e assédio moral, que poderiam ter aumentado a sentença a 29 anos de prisão. Enquanto os procuradores pediam pela pena máxima, alegando “décadas de abusos” contra mulheres e “total ausência de remorso” pelos crimes, os advogados do réu sugeriam que mesmo a pena mínima constituiria uma “sentença para a vida inteira”. Estes últimos prometem recorrer da decisão.
Ao longo do extenso processo judicial, Weinstein negou todas as acusações. Ele foi hospitalizado após o veredito apontando sua culpabilidade no último mês, e compareceu à audiência que determinaria a sua sentença em cadeira de rodas. Na última quarta-feira, alegou pela primeira vez sentir “remorso profundo”, ao mesmo tempo em que se declarou “totalmente confuso” pelas alegações contra ele, proferidas pelas vozes que lideraram o movimento #MeToo.
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#MeToo constituiu um importante levante feminino e popular contra décadas de comportamentos abusivos cometidos por homens poderosos, que compravam o silêncio de suas vítimas mediante ameaças. Apesar de terem suas reputações atacadas por diversos homens e pela mídia conservadora, atrizes como Asia Argento, Amber Anderson, Rosanna Arquette, Kate Beckinsale, Cate Blanchett, Cara Delevingne, Alice Evans, Heather Graham, Eva Green, Daryl Hannah, Salma Hayek, Lena Headey, Anne Heche, Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow, Rose McGowan, Julianna Margulies, Brit Marling, Connie Nielsen, Lupita Nyong’o, Léa Seydoux, Emma de Caunes, Mira Sorvino e Uma Thurman, entre dezenas de outras mulheres, tiveram a coragem de revelar os casos de assédio sexual, assédio moral e mesmo estupro cometidos pelo produtor.
Harvey Weinstein já foi um dos homens mais poderosos de Hollywood. Ele venceu o Oscar por Shakespeare Apaixonado (1998) e foi indicado novamente por Gangues de Nova York (2002). Em seu currículo também constam, enquanto produtor executivo, obras como Carol (2015), O Lado Bom da Vida (2012), O Discurso do Rei (2010), Bastardos Inglórios (2009) e a saga O Senhor dos Anéis (2001-2003).
