O Conexões Globais, evento que debate cultura digital, mobilização social na internet, comunicação, democracia e direitos civis na web, será realizado de 23 a 25 de maio na Casa de Cultura Mario Quintana, em Porto Alegre. Entre as atividades culturais do evento haverá uma mostra de cinema sobre software livre, remix, sampling, direitos autorais, produção cultural e games.
Alguns destaques são os filmes RIP: A Remix Manifesto (2009), em que Brett Gaylor aborda as tentativas de controle do arsenal cultural em função da proteção dos direitos autorais, The Pirate Bay: Away from the Keyboard (2013), sobre a história do maior buscador de arquivos torrent do mundo e o julgamento de seus fundadores, Tudo é Remix (2010-2012), pelo qual Kirby Ferguson relembra como copiar e recombinar são elementos essenciais do conhecimento humano, e Produção Cultural no Brasil (2012), que mapeia agentes da cultura nacional que muitas vezes atuam sem aparecer.
Além disso, a Casa de Cultura Digital de Porto Alegre irá expor alguns de seus trabalhos e deixará à disposição dos visitantes o “Monolito”, um computador em que estarão arquivados todos os filmes exibidos no evento. O público poderá salvá-los em pendrive.
> Confira a programação completa do Conexões Globais no site oficial
> PROGRAMAÇÃO DE CINEMA:
Quinta – 23 de maio
13h – RIP: A Remix Manifesto (2009, 86 min)
16h – The Pirate Bay: Away from the Keyboard (2013, 82 min)
18h – Produção Cultural no Brasil (2012, 15 min)
Sexta – 24 de maio
13h – Copyright Criminals (2009/56 min)
16h – Remixofagia – Alegorias de uma Revolução (2011, 16 min)
18h – Patente Absurdo (2011, 28 minutos) + Arduíno – O documentário (2011, 28 min),
Sábado – 25 de maio
13h – Indie Game (2012, 94 min)
16h – Tudo é remix (2010-2012, aprox. 56 min)
18h – Brega S/A (2009, 56 in.)
> SINOPSES:
RIP: A Remix Manifesto (2009, 86 min): clássico da cultura digital em que o diretor canadense Brett Gaylor discute as tentativas de controle do arsenal cultural com a desculpa de proteção dos direitos do autor. Para tocar no assunto, Brett ilustra seu filme com casos como o do DJ Girl Talk, do copyright do “Parabéns a Você”, dos filmes da Disney e até do funk carioca brasileiro.
The Pirate Bay: Away from the Keyboard (2013, 82 min): financiado por crowdfunding, o documentário dirigido pelo sueco Simon Klose conta a história do The Pirate Bay – o maior buscador de arquivos torrent do planeta – através do cotidiano de seus quatro fundadores: Peter Sunde, Fredrik Neij e Gottfried Svarthol. O filme narra os bastidores do julgamento em que eles foram condenados pela Justiça sueca com ajuda da International Federation of the Phonographic Industry e Motion Picture Association of America (associações que representam as principais gravadoras mundiais e os principais estúdios de Hollywood) por “facilitar a violação de conteúdos protegidos por direito de autor”.
Produção Cultural no Brasil (2012, 15 min): projeto multimídia realizado entre 2010 e 2011 pela Casa de Cultura Digital de São Paulo que buscou mapear e tornar público as ações de importantes agentes da cultura brasileira que muitas vezes fazem seu trabalho quase sem aparecer. O filme tem entrevistas com o ex-ministro da Cultura Gilberto Gil, Cláudio Prado, produtor cultural e um dos idealizadores da cultura digital no Ministério da Cultura, e com o diretor do Teatro Oficina, Zé Celso Martinez Corrêa.
Copyright Criminals (2009/56 min): documentário que destrincha a técnica do sampling. Produzido e dirigido por Benjamin Franzen e Kembrew Mcleod, professor de comunicação da Universidade de Iowa, aborda os mais diversos aspectos desta técnica, partindo da época de nascimento do hip hop na Nova York da década de 1970 e chegando até a indústria milionária do rap dos anos 2000.
Remixofagia – Alegorias de uma revolução (2011, 16 min): remix de trechos de filmes, entrevistas e músicas que cria uma “arqueologia” da cultura digital brasileira recente, com destaque para a luta pelo conhecimento livre e para a presença das práticas de apropriação e reciclagem ao longo de nossa história. É uma realização da Casa de Cultura Digital de São Paulo via Rodrigo Savazoni, Rafael Frazão e Paula Alves, da Filmes para Bailar, e faz parte do projeto 5X Cultura Digital – cinco ensaios sobre a cultura contemporânea realizado por coletivos de audiovisual do Brasil.
Patente Absurdo (2011, 28 min): curta que discute casos das patentes no software livre. Dirigido, filmado e editado por Luca Lucarini, com apoio da Free Software Foundation.
Arduíno – O Documentário (2011, 28 min): dirigido por Rodrigo Calvo e Raúl Diez Alaejos, o documentário trata do desenvolvimento da placa homônima, um mini-computador que pode sentir o estado do ambiente que o cerca por meio da recepção de sinais de sensores e que é um dos principais representantes do que se chama “hardware livre”.
Indie Game (2012, 94 min): os indie games são jogos criados por uma única pessoa ou por equipes pequenas geralmente sem o apoio financeiro de empresas. Por não contarem com recursos para a criação de jogos top, os desenvolvedores independentes privilegiam criatividade e inovação. Alguns indie games que já alcançaram popularidade: Minecraft, Rock Band, ArmA, Eve Online, RuneScape, Braid e Angry Birds. O documentário, dirigido em 2012 por Lisanne Pajot e James Swirsky, acompanha o processo de criação de três populares jogos indie: Braid, FEZ e Super Meat Boy. O filme participou da seleção oficial de Sundande em 2012 e foi escolhido o melhor documentário pela crítica.
Tudo é Remix (2010-2012, aprox. 56 min): dirigido e produzido por Kirby Ferguson, o documentário é dividido em quatro partes e indica que copiar e recombinar é um elemento essencial do conhecimento humano. Para isso, discute desde os casos de plágio do Led Zeppelin até as inúmeras citações a clássicos do cinema presentes nos filmes de Quentin Tarantino, passando ainda pela crítica ao sistema de propriedade atual, no qual “as idéias são consideradas como propriedade, lotes únicos e originais, com limites distintos”.
Brega S/A (2009, 59 min): dirigido por Vladimir Cunha e Gustavo Godinho, o filme trata da surpreendente cena tecnobrega de Belém do Pará, um fenômeno cultural que nos últimos tempos tem atraído a atenção mundial por conta de sua inovadora estratégia de comercialização, onde a pirataria entra como mais um elemento parceiro na circulação do que um “inimigo” a ser eliminado. De Chris Anderson à Ronaldo Lemos, passando ainda pelo documentário “Good Copy, Bad Copy” , todos que tratam e/ou se interessam por música e/ou cultura livre no planeta estão procurando saber o que tem de inovador a cena tecnobrega do Pará.
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