O sucesso de Coringa (2019), filme de Todd Phillips baseado no famoso vilão do Batman, oriundo das histórias em quadrinhos publicadas pela DC Comics, trouxe de volta à tona o tópico dos anti-heróis no cinema, figuras que habitam áreas cinzentas, nas quais convivem/conflitam sombra e luz. Esse distanciamento do maniqueísmo é um dos motivos que os fazem tão atrativos, pois, psicologismos à parte, se conectam com a complexidade das pessoas reais. Num instante, os anti-heróis podem ser absolutamente cativantes, enquanto noutros são capazes de apresentar comportamentos totalmente reprováveis. Tal oscilação é atrativa ao espectador, tornando, muitas vezes, imprevisíveis comportamentos e reações.
O time de conteúdo da Betway Cassino Online , fez uma extensa pesquisa em torno desses anti-heróis cinematográficos para determinar, buscando em diversas fases e cinematografias, os mais marcantes desses tipos que tanto suscitam fascinação e/ou repulsa. Os critérios utilizados foram nível de moralidade, empatia e crueldade. Geralmente jogando dos dois lados de uma moeda então ora em choque, ora em consonância, os anti-heróis são pessoas demarcadas por contradições e ambiguidades. Não raro são cruéis e determinados, medindo poucos esforços no sentido de obliterar suas vítimas ou se proteger de um mundo que não lhes é favorável. É possível, em alguns casos, entender a personalidade distorcida desses homens e mulheres como fruto de uma situação social mais ampla, que fazem deles subprodutos da opressão.
O Coringa de Joaquin Phoenix é de um exemplo ainda mais complexo, pois faz de tudo para se encaixar num entorno que teima em lhe marginalizar. Sua doença mental motiva a zombaria dos colegas; o Estado não lhe provê subsídios para equilibra-se mentalmente. Chega um momento em que a pressão aliada à falta de apoio, seja ele psiquiátrico ou mesmo afetivo, desencadeia o surgimento de um alter-ego que se confunde com o sujeito. Na lista dos cinco maiores anti-heróis do cinema, ele ocupa a terceira posição. Em quinto aparece o fanfarrão Deadpool, cuja incorreção o coloca numa posição diferente no rol de super-heróis, pois sem travas morais e afins. Na quarta posição, Travis Bickle, o protagonista de Taxi Driver (1979), com quem o Coringa guarda semelhanças. Na segunda posição, Alex Delarge, de Laranja Mecânica (1971) e encabeçando a lista nada menos do que Hannibal Lecter.
Houve um tempo que Hollywood, com seus mocinhos de comportamento ilibado, ditavam as regras do cinema. Dessa forma, tais figuras heroicas, destituídas de arestas, se proliferaram como modelos a serem seguidos. Mas, sobretudo após a Segunda Guerra Mundial, até mesmo a Meca do cinema norte-americano entendeu a necessidade de olhar para o dado humano com mais complexidade, permitindo a gestação desses tão queridos e polêmicos anti-heróis. Atire a primeira pedra quem nunca se sentiu impelido a torcer pelo vilão da história?