Um dos filmes mais aguardados do Festival de Veneza deste ano, Coringa: Delírio a Dois (2024) finalmente teve a sua première mundial. E agora começam a sair as primeiras impressões sobre ele na imprensa especializada. Em linhas gerais, os textos sublinham positivamente o trabalho de Joaquin Phoenix (ele venceu o Oscar de Melhor Ator pelo filme anterior), destacam a música e o desempenho de Lady Gaga.
No filme dirigido por Todd Phillips, o rebelde e instável Arthur Fleck, agora Coringa, está internado no asilo Arkham, na cidade de Gotham, Estados Unidos, conhece a doutora Harley Quinn, especialista em distúrbios mentais. Aos poucos, a loucura de Coringa toma a sanidade de Harley e ambos começam um romance. Confira o que a imprensa disse a respeito do filme:
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FOLHA DE SÃO PAULO (Bruno Ghetti)
“O filme é bastante distinto do primeiro, em que havia um crescendo de tensão, até o momento do clímax do programa de TV. Desta vez, a trama é mais arrastada, às vezes pontuada por números musicais, em geral imaginados por Arthur (…) É surpreendente o quanto Phillips parece desinteressado em providenciar bons trechos musicais, todos de uma falta de inspiração decepcionante. Mesmo as cenas em que Coringa entra no centro das atenções —como no julgamento, quando decide fazer sua própria defesa—, a impressão que se tem é de que o filme está sempre fugindo de seu caráter espetacular”.
OMELETE (Thiago Romariz)
“Acrescenta pouco ou quase nada ao que foi discutido antes, por mais que gaste seus quase 140 minutos nisso. O roteiro acredita que a trilha escolhida, combinada com os números musicais que transportam o espectador para a mente instável do protagonista, são o suficiente para justificar toda uma história. (…) Mas ainda que exista o tradicional final de impacto dos filmes deste diretor, há pouco para se sustentar, já que a ideia do musical se sobrepõe à história contada, pois a repetição dos temas torna Delírio a Dois, em suma, um filme com uma ideia atraente, mas sem uma jornada para executá-la”.
VARIEY (Owen Gleiberman)
“É isso que estamos ansiosos para ver na continuação: Arthur, o maníaco comum que, de alguma forma, ao abraçar sua identidade como Coringa, transcende quem ele é. A decepção é o quão pouco o filme nos faz sentir isso. Há muitas cenas com Arthur vestido de Coringa, se defendendo no tribunal, cantando, às vezes em números de fantasia que quase podem estar acontecendo em sua cabeça. Mas não há mais nenhum perigo com a sua presença. Ele não está tentando matar ninguém e não está liderando uma revolução. Ele está apenas cantando e (às vezes) dançando seu caminho para seu devaneio de Coringa”.
THE HOLLYWOOD REPORTER (David Rooney)
“Gaga é uma presença envolvente e viva, diferenciando afinidade e obsessão, enquanto carinhosamente dá a Arthur uma dose de alegria e esperança que o faz cantar “When You’re Smiling” em seu caminho para o tribunal. Seus números musicais, tanto duetos quanto solos, têm uma vitalidade que o filme mais frequentemente sombrio precisa desesperadamente”.
THE GUARDIAN (Peter Bradshaw)
“Embora seja tão estridente, trabalhosa e às vezes tediosa quanto o primeiro filme, a sequência traz uma melhoria. Trata-se de um musical, com Phoenix e outros cantando como se estivessem em um show, muitas vezes em cenários fantasiosos, um pouco na toada de Pennies from Heaven (1978), a série de TV de Dennis Potter. Isso lhe dá uma estrutura e um sabor que o primeiro filme não tinha”.
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