Corisco & Dadá (1996) está prestes a voltar às telonas. Dirigido pelo grande cineasta cearense Rosemberg Cariry, o longa-metragem vai ser relançado em cópia restaurada que faz jus à qualidade da fotografia e do som dessa aventura ambientada no mundo mítico dos cangaceiros. Trata-se de um dos principais filmes da chamada Retomada do cinema brasileiro nos anos 1990 – que sucedeu a época das vacas magras imposta pela política de terra arrasada do então presidente do Brasil Fernando Collor de Mello.
A versão restaurada de Corisco & Dadá chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, 17, em circuito que será anunciado em breve – fique ligado aqui no Papo para saber em qual cinema perto de você o filme estará em cartaz. A restauração foi realizada com apoio de Cinemateca do Mam (RJ), Arquivo Nacional, Link Digital, Iluminura Filmes, Sereia Filmes e Mapa Filmes, a partir de negativos de imagem e som originais. A produção executiva dos esforços de restauração ficou por conta de Bárbara Cariry e a supervisão técnica é assinada por Petrus Cariry – ambos filhos de Rosemberg Cariry
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Em Corisco & Dadá, famoso por sua valentia e crueldade equivalentes, o cangaceiro Corisco rapta Dadá, menina de 12 anos de idade. Após estuprá-la, faz dela esposa e membro do cangaço. Enquanto isso, o chefe da polícia volante deseja mata-lo. A repercussão da produção ajudou a catapultar as carreiras de Chico Díaz e Dira Paes, os intérpretes dos personagens que dão nome ao filme.
O elenco de Corisco & Dadá conta ainda com: Chico Alves, Bárbara Cariry, Maira Cariry, Virginia Cavendish, Regina Dourado, Antonio Leite, Teta Maia, Denise Milfont e Luiz Carlos Salatiel.
“De certa maneira, Corisco & Dadá é um filme de estrada, mas sem promessas de recompensas, aprendizados ou remissões. Os protagonistas passeiam por terras inóspitas carregando a própria existência como fardo. Em alguns momentos, são agentes questionadores, noutros, precarizados como meras testemunhas impotentes (…)
(…) Rosemberg Cariry busca inspiração na densidade das tradições nordestinas, não apenas quanto à abordagem de personagens históricos que marcaram época na região. Ele acena ao cordel para fazer cinema, emprestando dos poemas populares as suas engrenagens elementares para recontar a história enraizada profundamente no imaginário nordestino. Regina Dourado pode ser vista como uma cordelista incumbida da tradução dos fatos históricos em verso e prosa”. Confira na íntegra a crítica de Marcelo Müller.
Corisco & Dadá fez bonito no 2° Prêmio Guarani de Cinema Brasileiro, sendo premiado como Melhor Ator (Chico Diaz); indicado ainda a Melhor Trilha Sonora, Figurino, Fotografia, Ator Coadjuvante (Antonio Leite) e Atriz (Dira Paes). Além disso, ganhou a estatueta de Melhor Montagem e Grand Coral/Terceiro Prêmio Festival de Havana 1996; levou o troféu Candango de Melhor Atriz (Dira Paes) no Festival de Brasília 1996; e o Kikito de Melhor Ator (Chico Diaz) no Festival de Gramado 1996. Também foi exibido no Festival de Toronto 1996.
Sobre Corisco & Dadá, nós do Papo de Cinema fizemos em 2021 uma matéria super especial sobre os 25 anos do lançamento dessa pérola da nossa cinematografia. Na ocasião da efeméride, conversamos com Chico Diaz e Rosemberg Cariry para saber histórias de bastidores, causos e como eles enxergavam o filme decorrido um quarto de século de seu lançamento. Confira a matéria completa clicando aqui.