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Scott Frank, criador da série O Gambito da Rainha (2020-) está rindo à toa. E não é para menos, afinal de contas a série sobre uma enxadrista prodigiosa está alcançando um sucesso absolutamente inesperado. De acordo com a Netflix, ela se tornou a minissérie ficcional mais vista da história do serviço de streaming, com cerca de 62 milhões de plays mundialmente. E, vocês sabem muito bem como funcionam Hollywood e adjacências, correto? Se alguém consegue um hit desses, sem um investimento astronômico, ou seja, tornando vantajosa a relação custo/benefício, esse alguém terá carta branca e será disputado à tapa. Aproveitando essa onda de euforia, Frank tem outros projetos engatilhados, entre eles uma minissérie protagonizada pelo famoso investigador Sam Spade, criado por Dashiell Hammett e protagonista do livro O Falcão Maltês. Clive Owen já está escalado para viver o icônico detetive.

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“Consegui os direitos por meio de alguns produtores maravilhosos. Eles me ligaram e disseram, ‘Você gostaria de fazer algo com Sam Spade?’ e eu disse, ‘Não sei o que fazer com ele. Parece um pouco retrô para mim, não quero fazer isso’, e desliguei. No minuto seguinte, tive uma ideia. Pensei, ‘espere, e se você fizer Sam Spade mais tarde na vida, quando ele tiver 60 anos?’ Pensei além: não vamos permitir que ele more em San Francisco. Ele agora é um expatriado no sul da França. Foi lá para ajudar uma mulher, dona de uma vinícola. Se apaixonou profissionalmente, se enamorou por ela, ela morreu de câncer, ele herdou a vinícola e agora está morando em Bozel, na França. É 1963, o fim da Guerra da Argélia, então todos os caras estão voltando para o país e há todo esse tipo de coisa sociopolítica muçulmana acontecendo”, afirmou Scott Frank para o podcast The Watch.

Sam Spade ficou eternizado nos cinemas pela interpretação de Humphrey Bogart em O Falcão Maltês (1941) ­– também distribuído no Brasil como Relíquia Macabra – o longa-metragem de estreia do cineasta John Huston. Spade também é frequentemente citado como inspiração para Philip Marlowe, outro detetive emblemático da literatura pulp, criado por Raymond Chandler. Em breve devem ser divulgadas informações sobre a nova produção que, já se sabe, terá seis episódios. O piloto está sendo escrito por Scott Frank e Tom Fantana, um dos criadores da série Oz (1997-2003).

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Os ambíguos personagens do noir
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Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.

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