Há uma desigualdade de gênero em praticamente todas as áreas. Portanto, é urgente que existam, além de constantes debates sobre o tema, ações efetivas que visem equilibrar uma balança há séculos pendente muito mais favoravelmente ao masculino. E o festival Curta Taquary, que em 2022 chega à sua 15ª edição, vem demonstrando há algum tempo preocupação com a existência dessa diversidade, assim como com a inclusão de olhares múltiplos entre os filmes selecionados para as suas várias mostras. Neste ano, dos 113 filmes selecionados, 51 são dirigidos por mulheres. “Mais uma vez, estamos nos posicionando politicamente de forma visível em toda a programação. Entre esses pontos está a inclusão de gênero, que perpassa desde a escolha dos filmes, do corpo de jurados, das pessoas convidadas para as atividades formativas e a própria equipe. A presença de mulheres e suas diversidades já virou marca registrada do Curta Taquary nos últimos anos e, em uma sociedade que ainda se configura de forma tão desigual e perpetua opressões, a gente segue firmando a presença, na frente e atrás das câmeras, dessas múltiplas mulheres, com suas histórias e olhares”, aponta Amanda Ramos, coordenadora pedagógica do festival.
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O Curta Taquary 2022 vai acontecer de 16 a 22 de março em duas modalidades simultâneas: online e presencial. Espectadores do Brasil todo terão acesso gratuito aos filmes, enquanto os moradores do município de Taquaritinga do Norte, no interior pernambucano, poderão conferir a programação de maneira presencial. Voltando à questão da representatividade, ela é um elemento fundamental desde o processo da curadoria e possui vários aspectos, como nos conta Caroline Pavez Torrealba, uma das profissionais encarregadas da seleção dos filmes entre os 777 inscritos: “Estamos vivendo um tempo importante de deixar de folclorizar os povos originários e de se começar a enxergá-los como pessoas com opiniões, com organizações sociais próprias. Falo isso enquanto indígena, do povo mapuche, que até pouco tempo não era reconhecido na constituição chilena. Agora vamos fazer uma nova constituição. São avanços. Possibilitar que as pessoas escutem essas vozes, tenham contato com outras culturas, é muito importante. É uma curadoria colorida”, disse a produtora e realizadora chilena também responsável pela realização do festival Polo Sur latinoamericano, que acontece no Chile. Fique ligado, pois aqui no Papo de Cinema teremos uma cobertura completa do 15º Curta Taquary, com artigos especiais sobre as mostras, notícias diárias, podcast, live e muito mais.
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