Um dos princípios do Curta Taquary ao longo de seus mais de 15 anos de existência é ser apenas a ponta de uma iniciativa prolongada de conscientização social e formação por meio do audiovisual. E a 16ª edição do evento sediado na cidade de Taquaritinga do Norte não poderia deixar de lado esse aspecto fundamental de sua razão de ser. Dentro de uma ideia de promover diálogos entre linguagens artísticas, além da participação da Banda Dom Luiz Brito, patrimônio cultural de Taquaritinga do Norte que tocou no Cine Teatro Santo Amaro, o evento também recebe até o dia do seu encerramento a exposição Cem Pilum: A História do Dilúvio, com pinturas do artista Feliciano Lana, indígena da etnia Dessana falecido em 2020 em decorrência da Covid-19. Viabilizada através de uma parceria com o Museu Amazônico da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), a exposição teve como ponto de partida o filme Cem Pilum: A História do Dilúvio, do diretor e produtor audiovisual Thiago Morais, exibido no 15ª Curta Taquary.
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“A proposta da exposição começou em 2022, quando fui presencialmente ao Curta Taquary, festival que já acompanhava de longe, apresentar Cem Pilum: A História do Dilúvio, filme que tinha acabado de produzir. Foi incrível e houve uma troca muito intensa com os alunos. Com a exposição neste ano, pudemos mais uma vez homenagear Feliciano Lana, cujos desenhos deram origem à animação. A mostra é composta de reproduções, pois os originais estão no Museu Amazônico, da Universidade Federal do Amazonas. Os trabalhos de Feliciano são em aquarela e reproduzimos eles em 17 pranchas de vinil aplicado em PVC”, explica Thiago.
As obras estão em exibição no Salão Paroquial Pe. Otto Sailler, dispostas em função da proposta de Thiago de sugerir aos visitantes que imaginem os quadros se movimentando e atribuam uma história para cada um deles. Em seguida, todos assistem ao curta-metragem que inspirou a exposição.
OFICINA DE SOM
Thiago Morais também foi o responsável por levar a Taquaritinga do Norte a oficina Taquara: Oficina
de Captação de Som Direto, que começou nesta segunda-feira, 21, e vai até a terça-feira, 22. A proposta é engajar alunos da rede de ensino da região no estudo da captação de som a trabalhos escolares e mesmo iniciativas artísticas. O ministrante aliou teoria e prática. “A proposta da Oficina foi trazer a prática para os alunos, trazer os equipamentos que a gente trabalha para captação de som direto para cinema, reforçando sua importância. Afinal, não é só o vídeo que importa. Quando pediram o nome da oficina, me veio logo Taquara, que está relacionado à Taquaritinga, e também é uma música gravada pelos irmãos Vilas-boas, com o povo Juruna, da região do Xingu, tocada com uma flauta de dois metros que ficou conhecida como taquara por conta da canção. Ao longo da oficina, cada aluno pegou um equipamento diferente, inclusive microfones específicos para captar com o celular, pois orientamos que não é preciso um equipamento super profissional para captar bem o som”, reforça o produtor.
Ainda dentro da oferta de oficinas do 16º Curta Taquary também se destacou a atividade chamada CapibAnimando: Oficina de Introdução à Animação Stop Motion ministrada pela cineasta-educadora Renata Claus, e o 6º Encontro de Cinema e Educação, voltado para a formação e sensibilização para educação ambiental através da sétima arte, que contou com as presenças de professores e estudantes da região.
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