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Theatro José de Alencar

A vigésima quarta edição do Cine Ceará, o mais importante festival de cinema ibero-americano do Brasil, começou no último sábado, dia 15, aqui em Fortaleza. A cerimônia de abertura aconteceu no histórico Theatro José de Alencar, um dos mais antigos do país e que passou recentemente por uma completa e bem cuidada restauração. Após uma apresentação da recém formada Orquestra de Câmara da Universidade Federal do Ceará, sob a regência do professor Jáderson Teixeira, a programação cinematográfica começou com a exibição de dois curtas-metragens. O primeiro foi Sem Cerol (2014), animação resultado de uma iniciativa coletiva com alunos do Projeto Cine Coelce (um dos principais patrocinadores do evento), que tinha orientação de Telmo Carvalho e Josimário Façanha. O belo trabalho procura conscientizar a respeito do uso da substância cerol em pipas e pandorgas e os problemas que tal prática pode acarretar. Logo em seguida houve a apresentação de Fluxos (2014), do cearense Diego Akel, animação que abriu a mostra competitiva nacional de curtas. Curto (menos de 3 minutos) e utilizando a técnica de stop-motion, surpreendeu pela criatividade e objetividade, mas sua efemeridade deverá contar contra para ser lembrado após uma semana de atividades na hora da premiação.

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Orquestra de Câmara da Universidade Federal do Ceará

O momento alto da noite foi a homenagem à atriz Deborah Secco, que estava presente como convidada especial da primeira noite. Vestida de modo elegante em um ‘pretinho básico’, a estrela subiu ao palco visivelmente emocionada para receber o agrado do festival. Após flertar com o cinema ocasionalmente nos últimos anos e de contar com seu primeiro sucesso como protagonista com o polêmico Bruna Surfistinha (2011), Secco volta às telas no próximo dia 20 com o drama Boa Sorte (2014), de Carolina Jabor – e já possui outros três projetos engatilhados. “Estou muito feliz com o carinho e com a lembrança. O cinema é onde me realizo, é o espaço que quero fazer tudo o que não consigo na televisão, é onde nos tornamos imortais”, afirmou em seu discurso de agradecimento.

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Deborah Secco

A noite seguiu com o primeiro longa da mostra competitiva ibero-americana. Foi apresentado a coprodução Chile e Argentina Não Sou Lorena (2014), de Isidora Marras. Exibido anteriormente apenas no circuito comercial chileno e no Festival de Toronto, essa marcou sua primeira projeção na América Latina fora do seu país de origem. E se a trama começa de modo interessante, sobre uma garota que tem sua vida virada ao avesso ao ser confundida com a Lorena do título, a conclusão deixa um pouco a desejar. Como destaque positivo, a presença em uma participação especial da ótima Paulina Garcia, dos recentes Gloria (2013) e As Analfabetas (2013).

(O Papo de Cinema é um veículo convidado oficial do 24° Cine Ceará)

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