Para o mercado internacional de cinema, a premiação da Academy of Motion Pictures Arts and Sciences representa acima de tudo uma maneira de a indústria norte-americana premiar a si mesma, ou seja, recompensar os projetos que melhor representam os seus interesses. Mesmo assim, o Oscar tem adquirido uma importância simbólica cada vez maior aos países estrangeiros, como forma de prestígio, legitimação industrial e mesmo impulso financeiro a novos projetos.
Até o agora, o Brasil ainda não venceu nenhum Oscar, embora tenha a oportunidade novamente em 2020 com Democracia em Vertigem, documentário dirigido por Petra Costa denunciando o golpe que tirou Dilma Rousseff do poder. Esta foi a primeira indicação em todos os tempos a um documentário produzido apenas pelo Brasil. Antes disso, já fomos indicados a melhor filme estrangeiro, melhor filme de animação, melhor diretor… Relembre abaixo o histórico de filmes 100% brasileiros em indicações ao Oscar:
- 1963: O Pagador de Promessas (Melhor filme estrangeiro)
- 1996: O Quatrilho (Melhor filme estrangeiro)
- 1998: O Que É Isso, Companheiro? (Melhor filme estrangeiro)
- 2001: Uma História de Futebol (Melhor curta-metragem live-action)
- 2004: Cidade de Deus (Melhor diretor para Fernando Meirelles, melhor roteiro adaptado para Bráulio Mantovani, melhor edição para Daniel Rezende e melhor fotografia para César Charlone)
- 2016: O Menino e o Mundo (Melhor animação)
- 2020: Democracia em Vertigem (Melhor documentário)
Outro caso a considerar é o de coproduções em que o Brasil divide a autoria da obra com outros países, seja em posição majoritária ou minoritária:
- 1960: Orfeu Negro (França / Itália / Brasil): Melhor filme estrangeiro representando a França
- 1979: Raoni (França / Bélgica / Brasil): Melhor documentário
- 1986: O Beijo da Mulher-Aranha (Estados Unidos / Brasil): Melhor filme, melhor diretor para Hector Babenco, melhor ator para William Hurt e melhor roteiro adaptado para Leonard Schrader
- 1999: Central do Brasil (Brasil / França): Melhor filme estrangeiro, melhor atriz para Fernanda Montenegro
- 2005: Diários de Motocicleta (Brasil / Argentina / Chile / Peru / Reino Unido / Alemanha / França / Estados Unidos): Melhor roteiro adaptado para José Rivera, melhor canção original – “El Otro Lado del Río” – para Jorge Drexler
- 2011: Lixo Extraordinário (Brasil / Reino Unido): Melhor documentário
- 2015: O Sal da Terra (França / Itália / Brasil): Melhor documentário
- 2018: Me Chame Pelo Seu Nome (Estados Unidos / França / Itália / Brasil): Melhor filme, melhor roteiro adaptado para James Ivory, melhor ator para Timothée Chalamet, melhor canção original – “Mystery of Love” – para Sufjan Stevens
Exceto por esses casos, muitos brasileiros foram indicados por filmes norte-americanos, caso em que a recompensa reconheceria o trabalho de um indivíduo em particular, mas não da nossa produção nacional como um todo:
- 1945: Ary Barroso (Melhor canção original – “Rio de Janeiro” – por Brazil)
- 1982: Tetê Vasconcellos (Melhor documentário por El Salvador: Another Vietnam)
- 1993: Luciana Arrighi (Melhor direção de arte por Retorno a Howards End)
- 1994: Luciana Arrighi (Melhor direção de arte por Vestígios do Dia)
- 2000: Luciana Arrighi (Melhor direção de arte por Anna e o Rei)
- 2004: Carlos Saldanha (Melhor curta-metragem de animação por Gone Nutty)
- 2012: Sérgio Mendes e Carlinhos Brown (Melhor canção original – “Real in Rio” por Rio)
- 2018: Carlos Saldanha (Melhor animação por O Touro Ferdinando)
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