O campeão de escolhas musicais é, como o diretor já esperava de antemão, Roberto Carlos. Coutinho pensou um dia em fazer um filme só sobre as músicas do cantor e compositor, mas desistiu – as negociações dos direitos seriam infernais. Aliás, As Canções é o primeiro filme de Coutinho que exige esse tipo de negociação.
O melhor está na história que cada um conta para explicar porque aquela determinada canção é a trilha de sua vida. Como o homem que canta Esmeralda, de Carlos José, e chora lembrando da mãe de 85 anos – que, ao contrário do que se poderia imaginar, está viva. O mesmo homem, pouco depois, comenta o choro, para ele mesmo, inexplicável.
Outra mulher reconstitui um complicado caso de amor, que a levou a seguir o amado, suspeito de traição, num táxi – e foi
Não há grandes peripécias a contar nestas vidas, todas muito comuns e parecidas com as da platéia que as verá. Por isto é que uma sessão de As Canções terá tudo para se parecer com uma silenciosa terapia em grupo, em que ninguém precisa contar nada, só acompanhar no escuro. Cada um com a sua canção, ou canções, na cabeça, quem sabe concordando com algumas ouvidas na tela.
Coutinho mesmo, que jurou em entrevistas que não tem a música de sua vida, é ouvido cantarolando Fascinação junto com uma de suas personagens. O que certamente também não estava no script.
Confira o trailer:
httpvhd://www.youtube.com/watch?v=XxckBHKLluU