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Morreu neste sábado, 23 de março, o ator, roteirista, diretor, escritor e dramaturgo Domingos Oliveira. Apesar da saúde do cineasta ser apontada como bastante frágil já há alguns meses, ele estava em casa, no Leblon, zona sul carioca, na hora do falecimento, trabalhando, e nem chegou a ser levado a um hospital. A causa da morte não foi divulgada. Segundo a família, o velório se dará ainda no sábado, no Planetário da Gávea, e o enterro está marcado para o domingo, 24, no cemitério São João Batista, em Botafogo.

Ao longo de uma carreira de mais de cinco décadas, Domingos José Soares de Oliveira dirigiu mais de vinte longas-metragens para o cinema e televisão, além de peças de teatro, curtas-metragens e seriados. A estreia se deu como roteirista do curta Couro de Gato (1962), que no mesmo ano seria aproveitado no longa de episódios Cinco Vezes Favela (1962). A participação, ainda que não-creditada, lhe abriu portas. Pouco tempo depois estaria dirigindo e estrelando um texto de sua própria autoria: Todas as Mulheres do Mundo (1966), talvez o maior sucesso – de público e de crítica – e toda a sua trajetória. Por esta comédia romântica, estrelada por Paulo José e Leila Diniz, ele ganharia os Candangos de Melhor Filme, Direção e Roteiro na segunda edição do Festival de Brasília de Cinema Brasileiro.

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A sua maior relação, no entanto, se daria com o Festival de Cinema de Gramado, que o premiou em sete ocasiões diferentes: Prêmio da Crítica, do Júri Popular e Especial do Júri Oficial por Amores (1998); Atriz e Atriz Coadjuvante por Separações (2002); Atriz por Carreiras (2005); Direção, Montagem, Roteiro e Especial do Júri Oficial por Juventude (2008); Roteiro por Primeiro Dia de um Ano Qualquer (2012); Roteiro, Montagem, Ator Coadjuvante e Especial do Júri Oficial por Infância (2014) e Melhor Filme, Direção, Trilha Sonora e Atriz Coadjuvante por BR 716 (2016), além de ter recebido também o Troféu Eduardo Abelin, em 2011, pelo conjunto de sua obra.

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Domingos Oliveira, ao seu homenageado no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, em 2014

Domingos Oliveira recebeu também o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro – o Oscar nacional – em três ocasiões: Melhor Comédia, por Infância (2014), Melhor Roteiro Original, por BR 716 (2016), e o Troféu Honorário pelo conjunto da obra, em 2014. No Prêmio Guarani, o maior da crítica nacional, recebeu cinco indicações, pelos longas Amores (1998), Separações (2002) e Feminices (2004). Ao todo, foram mais de 30 prêmios e homenagens recebidos no Brasil e no exterior.

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Ao longo dos seus 82 anos, foi casado três vezes: com Lelia Diniz, Nazaré Ohana e Priscilla Rozenbaum, sua atual e última companheira. Deixou quatro filhos, entre eles, a atriz e roteirista Maria Mariana. Formado em Engenharia Civil, sofria de Mal de Parkinson há anos, mas nunca deixou de trabalhar. Em 2014 lançou a autobiografia Vida Minha (Record), e definia-se, acima de tudo, como “uma pessoa amorosa”. Domingos deixa um filme inédito, Os 8 Magníficos, exibido no Festival do Rio de 2017 e estrelado por nomes como Wagner Moura, Fernanda Torres, Carolina Dieckmann e Eduardo Moscovis.

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