Donald Sutherland, um dos maiores nomes do cinema norte-americano que seguia em atividade, faleceu nesta quinta-feira, dia 20 de junho de 2024, aos 88 anos. Ele estava em Miami, Florida, nos Estados Unidos. A notícia foi confirmada pelo filho, o também ator Kiefer Sutherland, em publicação nas redes sociais. “Com o coração pesado, digo-lhes que meu pai faleceu. Pessoalmente, considero um dos atores mais importantes da história do cinema. Nunca se deixou intimidar por um papel, seja ele bom, ruim ou feio. Ele amava o que fazia e fazia o que amava, e nunca se pode pedir mais do que isso. Uma vida bem vivida”, afirmou.
Donald Edward McNichol Sutherland nasceu em 17 de julho de 1935, em Saint John, Canadá. Ele foi casado três vezes: com as atrizes Louis Hardwick, que era quase vinte anos mais velha do que ele e que morreu dois anos após a separação dos dois (ficaram juntos de 1959 a 1966); Shirley Douglas, com quem ficou de 1966 até 1971 e com quem teve dois filhos, Kiefer e Rachel Sutherland; e por fim com Francine Racette, a quem se uniu em 1972 e permanecia como sua companheira até hoje, e que agora fica viúva. Com ela teve mais três filhos, os também atores Rossif e Angus Sutherland e o produtor Roeg Sutherland.
Ao longo de uma carreira que atravessou mais de seis décadas, Donald participou de aproximadamente 200 projetos diferentes, entre cinema e televisão. Alguns entraram para a história, como Os Doze Condenados (1967), M.A.S.H (1970), Klute: O Passado Condena (1971), Inverno de Sangue em Veneza (1973) e 1900 (1976). Foi o personagem-título de Casanova (1976), de Federico Fellini, e se aventurou no cinema de gênero em Invasores de Corpos (1978), de Philip Kaufman. Estrelou o oscarizado Gente como a Gente (1980), escolhido como o melhor filme da Academia em 1981, e foi descoberto por uma nova geração como o temido presidente Snow, na saga Jogos Vorazes.
Premiado com um Oscar honorário pelo conjunto de sua filmografia em 2018, nunca chegou, no entanto, a ser indicado por um dos seus trabalhos individuais. Mesmo assim, ganhou o Emmy por sua atuação no telefilme Cidadão X (1995) e o Critics Choice pela minissérie The Undoing (2020). Teve, ao todo, nove indicações ao Globo de Ouro, tendo ganho em duas ocasiões: por Cidadão X e por Bastidores da Guerra (2002). Foi indicado ao Bafta, premiado no Festival de Veneza (pelo suspense Tudo Pela Arte, em 2019) e recebeu até uma indicação às Framboesas de Ouro, como “Pior Ator Coadjuvante” do ano pelo thriller Condenação Brutal (1989), no qual aparecia ao lado de Sylvester Stallone. Felizmente, não chegou a receber essa ‘láurea’!
Considerado para o papel do Dr. Hannibal Lecter em O Silêncio dos Inocentes (1991), trabalhou com cineastas como Clint Eastwood, Bernardo Bertolucci, Oliver Stone, Robert Altman, Ron Howard, Anthony Minghella, James Gray, Danny Boyle, John Landis e John Schlesinger, entre tantos outros mestres. Sobre muitas destas performances, chegou a declarar: “quando você trabalha com um grande diretor, você precisa ser subjetivo e submisso. Você se torna sua concubina. Tudo o que você precisa fazer é agradá-lo”. E, assim, ele agradou a um número incontáveis de fãs ao longo dos anos. Deixará saudades imensas!
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