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Não faz tanto tempo que os cinemas brasileiros, e por consequência as redes de televisão, eram dominados por filmes de heróis americanos. De fato, isso ainda ocorre, mesmo que a televisão tenha dado cada vez mais lugar aos serviços de streaming via internet. Mas os heróis que vemos nas telas não são mais necessariamente americanos. Muito menos, carregam a definição de herói que marcou as décadas antes de 2000.

A indústria do cinema atual hoje volta muitos dos seus recursos aos filmes de super-herói. Na toada de sucesso de filmes desde Homem-Aranha no longínquo ano de 2002 até hoje, foram gerados bilhões de dólares em bilheteria para os estúdios que decidiram quebrar preconceitos de outrora e trazer para a sétima arte super-heróis que tinham sido esquecidos em anos anteriores.

Mas as jornadas que temos dos super-heróis atuais não são exatamente uma novidade. É possível até traçar um paralelo com os heróis que vieram antes: os heróis de guerra norte-americanos.

Interpretados por uma dezena de atores, esses heróis muitas vezes eram postos em situações longe de ideais contra um grande mal afligindo uma população. Eram eles que muitas vezes sozinhos, ou com pouquíssimos aliados ao seu redor, carregavam consigo a bandeira de libertação de milhões de pessoas frente à opressão.

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Fonte: “Sylvester Stallone & Dolph Lundgren” por Gage Skidmore (CC BY-SA 2.0)

Essa história é algo que permeia boa parte das nossas narrativas literárias. Mas foi na década de 80 que houve o verdadeiro “boom” dessas histórias se tornando peças cinematográficas.

Uma das obras mais significativas da época é a franquia Rambo. Liderada por Sylvester Stallone no papel do soldado que dá nome à obra, a história inspirada no livro First Blood é originalmente um conto de um herói atormentado por traumas da Guerra do Vietnã.

Porém, na transição do livro para o cinema, Rambo virou uma máquina de guerra. Enquanto o primeiro filme mostra as origens e a tormenta do herói, o segundo já o coloca na linha de frente do combate.

E os dois ângulos foram um sucesso, o segundo muito maior que o primeiro. O filme de origem do Rambo gerou 125 milhões de dólares contra um investimento de 15 milhões. Enquanto que o segundo arrecadou 300 milhões de dólares com custo inicial de 25 milhões. Em valores ajustados para a época, a arrecadação total dos três filmes do Rambo na década de 1980 gerou o equivalente a 1,4 bilhão de dólares de receita para os seus produtores.

O sucesso se estendeu para além das telas. Stallone se tornou um ícone daquela fórmula cinematográfica, alavancando seu sucesso de filmes anteriores como Rocky a níveis estratosféricos. E hoje em dia, é possível encontrar Rambo em diversas formas, inclusive nos jogos de casino online listados pelo Galobonus.pt.

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Fonte: “Rambo, graffiti in Bystrc” por HTO (domínio público)

Este é um fenômeno semelhante ao que passam hoje os filmes de super-herói, que “tomaram” o lugar dos filmes uma vez estrelados por Sylvester Stallone. Atualmente, os vilões que Rambo e seus asseclas enfrentavam se tornaram fichinha perto do perigo que as ameaças intergalácticas dos universos Marvel e DC carregam.

As mudanças vão além das dimensões dos entraves entre heróis e vilões. Onde antes o herói americano Rambo entrava em território hostil para libertar um país da opressão, entra no lugar uma trupe de heróis das mais diversas origens para impedir que o mundo acabe.

De toda forma, é um reflexo das épocas em que estas obras foram trazidas à superfície. De um lado, a narrativa do “homem feito”, carregando por si só em uma jornada de lobo solitário por uma causa muito maior que ele mesmo. Do outro, a mostra de que a união é a solução para resolver os problemas do mundo que não parecem ter fim.

Obviamente, nada impede que os filmes da fórmula Rambo voltem ao holofote. Tentativas com certeza foram realizadas com a própria franquia de Stallone, lançando o quarto filme da história do herói em 2008, e com um quinto filme preparado para lançamento este ano.

Tais filmes podem não mais levar a “massa” de pessoas aos cinemas como levavam no passado. Ainda assim, há bastante espaço para estas obras que preenchem corações ávidos por nostalgia.

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