Na manhã de 9 de setembro foram anunciados os filmes que integram a seleção do 25º É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários. Os organizadores haviam realizado uma primeira etapa virtualmente, esperando poder organizar o festival de modo presencial ainda em 2020. No entanto, devido ao contágio elevado de Covid-19 no Brasil, o formato online foi mantido para a segunda etapa, que ocorre entre os dias 23 de setembro e 4 de outubro.
No total, serão apresentados 60 filmes em competição, entre longas-metragens e curtas-metragens. A mostra competitiva brasileira de longas conta com dez títulos, entre eles Meu Querido Supermercado (2019), de Tali Yankelevich, e Fico te Devendo uma Carta sobre o Brasil (2019), de Carol Benjamin, ambos exibidos ao público brasileiro após uma bem-sucedida carreira em festivais internacionais.
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Na competição de longas-metragens internacionais, o romeno Collective (2019) acompanha um escândalo de corrupção no governo romeno envolvendo desvio de verbas para a saúde, enquanto Golpe 53 (2019), coprodução entre Irã, Estados Unidos e Reino Unido, revela o golpe no governo iraniano em 1953, financiado pelos norte-americanos. Vale lembrar que os vencedores de cada mostra de longa-metragem se pré-qualificam para a corrida ao Oscar 2021.
Apesar da edição online, a sessão de abertura ocorre paralelamente no Belas Artes Drive-in, na noite de 23 de setembro, quando será exibido o filme chileno A Cordilheira dos Sonhos (2019), de Patricio Guzmán. Segundo o diretor-fundador do É Tudo Verdade, Amir Labaki, trata-se de um “gesto simbólico de crença no cinema e no convívio”, além de representar uma “forma de voltar a ver cinema em público”, para os cinéfilos presentes na capital paulista.
Eduardo Saron, representante do Itaú Cultural, reafirmou que a excepcional edição em plataformas digitais não deve se tornar um formato perene, visto que a sessão presencial em cinemas é insubstituível. “Nós vivemos de fazer encontros e reafirmar espaços de afeto”, declarou, defendendo a capacidade da cultura de destruir preconceitos, pressuposições e “fake news”. Mesmo assim, Saron acredita que formatos mistos possam perdurar em edições futuras: “Vamos ser mais híbridos, mas não podemos abrir mão do olho no olho”.
De fato, a reunião virtual com a imprensa foi dominada pela discussão acerca do formato online e dos ajustes necessários para manter a qualidade de um festival tão importante em plena pandemia. O É Tudo Verdade busca manter a estrutura próxima de um festival tradicional: os filmes estrearão em datas e horários específicos, com capacidade máxima de visualizações por obra (1.000 visualizações para filmes estrangeiros, e 1.500 visualizações para os nacionais). Alguns títulos pré-selecionados na primeira etapa do festival foram retirados da lista, porque os criadores preferiram lançá-los diretamente em streaming, ao passo que obras não finalizadas na etapa inicial puderam ser terminadas e acrescentadas à lista atual.
Confira os filmes que serão exibidos no É Tudo Verdade 2020:
Competição de longas e médias-metragens brasileiros
Atravessa a Vida, de João Jardim
Boa Noite, de Clarice Saliby
Fico te Devendo uma Carta Sobre o Brasil, de Carol Benjamin
Jair Rodrigues – Deixa que Digam, de Rubens Rewald
Libelu – Abaixo a Ditadura, de Diógenes Muniz
Meu Querido Supermercado, de Tali Yankelevich
Não Nasci para Deixar meus Olhos Perderem Tempo, de Cláudio Moraes
Os Quatro Paralamas, de Roberto Berliner e Paschoal Samora
A Ponte de Bambu, de Marcelo Machado
Segredos do Putumayo, de Aurélio Michiles
Competição de longas e médias-metragens internacionais
1982 (Argentina), de Lucas Gallo
Cidade dos Sonhos (China), de Weijun Chen
Collective (Romênia/Luxemburgo), de Alexander Nanau
O Espião (Chile/Estados Unidos/Alemanha/Holanda/Espanha), de Maite Alberdi
Ficção Privada (Argentina), de Andrés di Tella
Forman vs. Forman (República Tcheca/França), de Helena Trestikova e Jakug Hejna
Golpe 53 (Reino Unido/Irã/Estados Unidos), de Taghi Amirani
Influência (África do Sul/Canadá), de Richard Poplak e Diana Neille
Pão Amargo (Líbano), de Abbas Fahdel
O Rei Nu (Alemanha/Polônia/Suíça), de Andreas Hoessli
O Rolo Proibido (Canadá), de Ariel Nasr
Silêncio de Rádio (Suíça/México), de Juliana Fanjul
Competição de curtas-metragens brasileiros
ChoVer, de Guga Millet
Filhas de Lavadeiras, de Edileuza Penha de Souza
Lora, de Mari Moraga
Metroréquiem, de Adalberto Oliveira
Movimento, de Lucas Tomaz Neves
Ouro para o Bem do Brasil, de Gregory Baltz
Recording Art, de Bruno Moreschi e Gabriel Pereira
Sem Título #6: O Inquietanto, de Carlos Adriano
Ver a China, de Amanda Carvalho
Competição de curtas-metragens internacionais
3 Saídas Lógicas (Dinamarca/Reino Unido/Líbano), de Mahdi Fleifel
Algo Mais (França), de Nicolas Gourault
Asho (Irã), de Jafar Najafi
Meu País Tão Lindo (Polônia), de Grzegorz Paprzycki
Notícias da Capital do Antimônio (França), de Guangli Liu
Saudade (Alemanha), de Denize Galiau
Sem Choro na Mesa de Jantar (Canadá), de Carol Nguyen
Seu Canto (Portugal), de Laura Taillefer Viñas
Uma Longa Distância (Peru), de Juan Manuel Calisto
Sessões especiais
Eu Caminho (Dinamarca), de Jorgen Leth
Garoto – Vivo Sonhando (Brasil), de Rafael Veríssimo
O estado das coisas
Filmfarsi (Irã/Reino Unido), de Ehsan Khoshbakht
Gyuri (Brasil), de Mariana Lacerda
O Segundo Encontro (Brasil/França), de Veronique Ballot
Foco latino-americano
1982 (Argentina), de Lucas Gallo
Brouwer, a Origem da Sombra (Cuba), de Katherine Gavilan e Lisandra Lopez Fabe
O Espião (Chile/Estados Unidos/Alemanha/Holanda/Espanha), de Maite Alberdi
Ficção Privada (Argentina), de Andrés di Tella
Santiago das Américas ou O Olho do Terceiro Mundo (Brasil), de Sílvio Tendler
Silêncio de Rádio (Suíça/México), de Juliana Fanjul
Suspensão (Colômbia), de Simão Uribe
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