Na noite deste domingo, 04, em cerimônia online, foram divulgados os vencedores da 25ª edição do É Tudo Verdade, maior festival da América Latina dedicado ao documentário. Libelu: Abaixo a Ditadura (2020) e Collective (2020) foram os grandes premiados, levando para casa, respectivamente, os troféus de Melhor longa brasileiro e estrangeiro. O primeiro aborda o movimento estudantil como opositor da ditadura que governou o Brasil por 21 anos. O segundo encara a teia de corrupções no sistema de saúde da Romênia. Por conta da pandemia do Covid-19, tendo em vista os protocolos necessários à não disseminação do vírus, o evento aconteceu dessa vez de modo completamente virtual. Quanto à edição 2021, ela já foi confirmada e deve se dar entre os dias 08 a 18 de abril.
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Cobertura :: 25º É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários (2020)
Durante a cerimônia virtual, cineastas leram um manifesto em favor da proteção da cultura brasileira, da Cinemateca e da preservação da memória em movimento de nosso país (o documento você pode ler na íntegra ao final desta notícia). Vale lembrar que o É Tudo Verdade goza do reconhecimento da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Los Angeles, assim sendo classificatório ao Oscar. Logo, os vencedores entre os curtas e longas-metragens (prêmios principais) estão automaticamente qualificados à inscrição direta à disputa dos Oscar em suas respectivas categorias. Confira abaixo os principais laureados nessa edição atípica do É Tudo Verdade.
LONGAS E MÉDIAS METRAGENS BRASILEIROS
Melhor Filme
Libelu: Abaixo a Ditadura
Menções Honrosas
Segredos de Putumayo e Fico Te Devendo Uma Carta Sobre o Brasil
LONGAS E MÉDIAS METRAGENS ESTRANGEIROS
Melhor Filme
Collective
Menção Honrosa
O Espião
CURTAS-METRAGENS BRASILEIROS
Melhor Filme
Filhas de Lavadeira
Menção Honrosa
Ver a China
CURTAS-METRAGENS INTERNACIONAL
Melhor Filme
Meu País Tão Lindo
Menção Honrosa
Saudade
Manifesto dos Cineastas concorrentes no É Tudo Verdade 2020
“É com sentimento de pesar que nós, diretores dos filmes do 25º festival de documentários É Tudo Verdade, manifestamos nosso total desacordo com os rumos da política cultural do país. O governo de extrema direita do Jair Bolsonaro age desde o início para atacar e silenciar os brasileiros que fazem da cultura e da arte como seus inimigos. A atividade audiovisual está paralisada desde março, com a suspensão de todos os recursos públicos para a produção de filmes e séries. Isso tem provocado uma taxa crescente de desemprego. São muitas as empresas que estão falindo, cineastas passando necessidade e a ameaça de paralisia total do setor. Isso sem falar da cinemateca brasileira, com seu acervo histórico que corre o risco de total destruição. A realidade que nos cerca, gritando em meio a paisagem agônica das incêndios de setembro, não é uma mera metáfora. O fogo que destrói o Pantanal e a Amazônia, ocorre sob o mesmo governo irresponsável que ignora a tragédia da COVID-19 e que despreza as artes, cultura, a educação e a ciência. Eles têm medo de nós. A situação é gravíssima. Por isso convidamos as realizadoras e realizadores do audiovisual a se voltarem, mais uma vez, para a realidade. E, acima de tudo, não se intimidaram. É preciso cada vez mais buscar novas formas de produzir e registrar a nossa memória. E nunca parar e nem silenciar. Um país sem imagens de si mesmo é como alguém que não sabe o que é. É um país com alzheimer”.
Os diretores que assinam: Aurélio de Michiles, Bernardo Vorobow, Bruno Moreschi, Carlos Adriano, Carol Benjamin, Clarice Saliby, Cláudio Moraes, Diógenes Muniz, Guga Millet, João Jardim, Jorge Bodanzky, Marcelo Machado, Mari Moraga, Mariana Lacerda, Paschoal Samora, Rafael Veríssimo, Roberto Berliner, Rubens Rewald, Silvio Tendler, Tali Yankelevich, Toni Venturi.
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