Este ano, o É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários organiza a sua 25ª edição em formato virtual devido à pandemia de coronavírus. Isso significa, ao menos, que pessoas do país inteiro poderão assistir aos títulos gratuitos selecionados no maior festival de documentários do Brasil. Até o dia 04 de outubro, serão exibidas dezenas de filmes do mundo inteiro, incluindo biografias de artistas, retratos sobre conflitos sociopolíticos, sobre a educação etc.
O Papo de Cinema atualiza diariamente a matéria especial dedicada ao festival, com notícias, críticas e informações sobre os filmes. Para quem estiver chegando agora ao É Tudo Verdade, seguem três dicas de documentários vistos e aprovados pela redação:
Cidade dos Sonhos (China, 2020)
Todos os dias, os funcionários da cidade de Wuhan tentam remover das ruas a banca de frutas de Wang, um senhor idoso que ocupa parte da calçada de modo ilegal. Todos os dias, ele reage, grita, bate nos funcionários. A partir deste pequeno impasse, o diretor Chen Weijun traça um panorama fascinante sobre uma China repleta de contradições.
“Chen Weijun demonstra exímio talento de cronista para chamar atenção ao pequeno embate entre as baixas esferas da sociedade e as baixas esferas do poder, apropriando-se do quiproquó para construir uma obra de ambições muito mais amplas”. Leia a crítica completa.
1982 (Argentina/Brasil, 2020)
No ano de 1982, a ditadura argentina entrou em guerra com o Reino Unido pelo domínio sobre as Ilhas Maldivas. Nos campos, os soldados locais morriam e perdiam a batalha. Na mídia conservadora, entretanto, via-se um espetáculo de patriotismo enaltecendo a vitória garantida.
“As imagens chegam ao espectador contemporâneo pré-significadas com múltiplos preconceitos e armaduras ideológicas. Torna-se ao mesmo tempo fascinante e incômodo enxergar a história da nação derrotada pela perspectiva da vitória certeira”. Leia a crítica completa.
Ficção Privada (Argentina, 2019)
A partir de cartas e fotografias de seus pais, que viveram o preconceito devido ao relacionamento entre um homem argentino e uma mulher indiana, o cineasta Andrés di Tella se questiona sobre a responsabilidade das imagens. Em que medida a fotografia e o cinema podem interferir na realidade? Qual deveria ser a postura ética do cineasta?
“O diretor se revela obcecado não apenas pelo passado familiar, mas também pela capacidade de representação do cinema. Ficção Privada coloca em prática um vertiginoso dispositivo no qual as imagens se completam, se anulam ou se provocam”. Leia a crítica completa.
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