O último ano foi atípico em todos os sentidos: as salas de cinema mundiais ficaram fechadas por cerca de nove meses, o mundo perdeu centenas de milhares de pessoas para a pandemia de Covid-19 (incluindo na indústria do cinema), produções foram interrompidas e os lançamentos, adiados, ou reprogramados para estrearem diretamente na Internet.
Como já havia sido atestado pela Comscore, o faturamento mundial de US$ 11,5 bilhões em 2020 constitui o menor índice desde que as bilheterias internacionais começaram a ser contadas, 40 anos atrás. Antes disso, 2019 havia sido um ano recorde em arrecadação, com US$ 42,5 bilhões. Agora a empresa agregadora de dados confirma outra informação relevante: a China se tornou o maior mercado cinematográfico do mundo, ultrapassando pela primeira vez os Estados Unidos.
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O mercado chinês faturou US$2,7 bilhões na venda de ingressos, contra US$2,3 bilhões nos Estados Unidos. Esses números se justificam pela recuperação mais rápida dos países asiáticos após a primeira onda de coronavírus, em comparação com o mercado norte-americano. As salas de cinema na China, Japão e Coreia do Sul estiveram entre as primeiras a reabrirem, mesmo que algumas tenham fechado as portas uma nova vez, por medo da segunda onda de contágio.
Em consequência, o maior sucesso do ano veio de um filme chinês, em resultado igualmente inédito. O drama de guerra The Eight Hundred atingiu US$ 461 milhões nas bilheterias, sendo 99,9% proveniente da China, de acordo com o site Box Office Mojo. Os Estados Unidos aparecem em segundo lugar do ranking nacional com Bad Boys para Sempre (US$ 436 milhões), mas os chineses ocupam o terceiro, oitavo e décimo lugares do ranking. Confira os resultados das bilheterias mundiais em 2020: