Durante a coletiva de imprensa de seu mais novo filme, The Power Of The Dog, concorrente ao Leão de Ouro no Festival de Veneza, a cineasta Jane Campion comparou o movimento #MeToo com a queda do Muro de Berlim. Para a realizadora neozelandesa, ambos os eventos possuem um efeito cascata. “Tudo o que posso dizer é que desde que o #MeToo aconteceu tenho observado uma mudança no clima que é absolutamente substancial … é como o Muro de Berlim caindo”. No embalo dessa declaração, ela comentou o atual momento do cinema no que diz respeito à representatividade feminina e à vitória de mulheres em premiações e/ou festivais tradicionalmente dominados por homens: “Para mim, as meninas estão indo muito bem (…) no entanto, as estatísticas ainda não favorecem as mulheres (…) a grande perda para todos é que simplesmente não há vozes suficientes descrevendo quem somos”.
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Vale lembrar que antes da francesa Julia Ducournau ter ganhado a Palma de Ouro no Festival de Cannes de 2021 com Titane, Jane Campion era a única mulher a ter vencido o prêmio principal do evento francês, com O Piano (1993). Sobre o #MeToo, vale destacar que se trata de um movimento que se alastrou rapidamente a partir das manifestações de figuras conhecidas de Hollywood e que visa coibir abusos contra mulheres no ambiente laboral. Na esteira dessa movimentação social, nomes poderosos como Harvey Weinstein foram desmascarados como assediadores contumazes que deveriam pagar por seus crimes.
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