Emilia Pérez fez sua première mundial no Festival de Cannes 2024, em maio. Concorrendo à Palma de Ouro, o projeto francês, dirigido por Jacques Audiard e estrelado por Zoe Saldana, Karla Sofía Gascón, Selena Gomez e Adriana Paz, não levou o prêmio principal, mas saiu do badalado evento com um troféu de Melhor Atriz especial para o grupo de atrizes, além do Troféu do Júri e de um prêmio especial para a trilha sonora. Aclamado no festival, o longa recebeu críticas majoritariamente positivas, consolidando-se como um forte candidato ao Oscar 2025, principalmente após brilhar em outras premiações, como o Globo de Ouro.
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No entanto, desde sua estreia, Emilia Pérez tem enfrentado controvérsias relacionadas à representatividade e à apropriação cultural, críticas que só aumentaram na medida que a temporada de premiações avança, ultrapassando as discussões do mundo cinematográfico e alcançando um público mais amplo. Para entender essa polêmica, siga o fio!
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EMILIA PÉREZ: A TRAMA
Emilia Pérez é uma comédia musical que mistura drama e crime, trazendo abordagem singular sobre identidade, transformação e justiça. A história acompanha Manitas (interpretado por Karla Sofía Gascón), um poderoso chefão do narcotráfico mexicano que, após anos à frente de um império criminoso, decide abandonar sua vida de crimes. Para escapar da prisão e começar do zero, Manitas adota uma identidade completamente nova: a de Emilia Pérez, uma mulher trans.
A transformação de Manitas em Emilia é acompanhada por desafios emocionais e sociais, enquanto ele tenta se adaptar à nova realidade. Para isso, conta com a ajuda de sua advogada astuta, Rita (Zoe Saldana), que vê na reinvenção de Juan uma oportunidade tanto de ajudá-lo quanto de lidar com seus próprios dilemas éticos. Ao longo da trama, Emilia enfrenta preconceitos, situações cômicas e dilemas morais enquanto tenta reconstruir sua vida sem ser reconhecida por seus antigos aliados e inimigos, incluindo sua ex-esposa, Jessi (Selena Gomez).
CRÍTICAS DA COMUNIDADE TRANS
Emilia Pérez é acusado de perpetuar estereótipos prejudiciais sobre pessoas trans, apresentando a transição de gênero de forma superficial e sensacionalista. Críticos apontam que a narrativa reforça a ideia de que a transição é uma ferramenta para enganar ou escapar de consequências, o que é considerado uma representação danosa.
Em novembro, algumas entidades – incluindo o GLAAD (maior organização de defesa da mídia LGBTQIAP+ do mundo) – criticaram o filme por sua abordagem retrógrada em relação à experiência trans, afirmando que a produção não oferece uma representação autêntica e empática. A nota da associação dá conta de que, entre outras coisas, o roteiro de Emilia Pérez “é tão cisgênero que é quase satírico” e que o filme “exala um tipo de confiança que é quase nauseante”.
CRÍTICAS MEXICANAS
Na sequência, Emilia Pérez é criticado por retratar o México de maneira estereotipada, focando em narrativas de narcotráfico e violência, sem aprofundar a complexidade cultural do país. Também há análises sobre a ausência de profissionais mexicanos na produção, com exceção de Adriana Paz. Ainda em 2024, Carla Hool, diretora de elenco do filme, disse, em entrevista ao jornal mexicano El Universal, que “não conseguiu encontrar os talentos necessários no país”, o que gerou indignação na comunidade artística mexicana, que considera a justificativa infundada.
Já Audiard, ao Le Monde, jornal francês, praticamente declarou guerra contra a comunidade mexicana: “não preciso saber mais sobre o México. Emilia Pérez não é sobre o México, é sobre uma pessoa que se transforma. A história é universal”. A declaração gerou indignação. Uma das reações mais notáveis foi de Guadalupe Loaeza, escritora e jornalista mexicana. Em entrevista ao jornal Excélsior, Loaeza afirmou que Audiard demonstrou “falta de respeito pela história e pela complexidade social do México”. Além disso, Arturo Zaldívar, presidente da Suprema Corte de Justiça do México, também se manifestou nas redes sociais, dizendo que a declaração do diretor era uma “repreensão cultural” e uma “indiferença inaceitável”.
EMILIA PÉREZ VS. AINDA ESTOU AQUI
Vale lembrar que a crescente indignação dos mexicanos em relação a Emilia Pérez pode ter um impacto significativo na corrida brasileira pelo Oscar de Melhor Filme Internacional, já que a obra francesa é a principal concorrente de Ainda Estou Aqui. Mesmo Emilia Pérez conquistando o Globo de Ouro, superando Ainda Estou Aqui na premiação, a percepção negativa de sua representação cultural pode criar uma janela de oportunidade para o Brasil.
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