Emiliano Queiroz, um dos grandes nomes da televisão brasileira, morreu nesta sexta-feira, 04, aos 88 anos de idade, em decorrência de uma parada cardíaca. O artista estava internado há cerca de 10 dias numa clínica na zona sul do Rio de Janeiro depois de ter colocado três stentes no coração (pequenos tubos expansíveis inseridos em uma artéria para prevenir ou corrigir a obstrução do fluxo sanguíneo). Foi interrompida uma vida dedicada à arte de interpretar, dentro da qual couberam inúmeros personagens, alguns deles que marcaram gerações.
Emiliano Queiroz nasceu em Aracati, no interior do Ceará, e poderia ter sido padre. Quando tinha seis anos de idade, um pároco local tentou convencer a sua mãe de que o seminário era o melhor caminho para o garoto. Mas, felizmente isso não aconteceu. Emiliano se envolveu com teatro na escola, dali migrou para o rádio já na capital Fortaleza e, mais tarde, quando tinha 17 anos, resolveu ir a São Paulo em busca de mais degraus. Sem dinheiro, pegou carona no caminhão de frete de um cunhado e se bandeou rumo ao sudeste.
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EMILIANO QUEIROZ: TV E TEATRO
Emiliano Queiroz, já em São Paulo, conseguiu uma colocação no TBC (Teatro Brasileiro de Comédia), onde, em princípio, fez pequenos papeis em peças conhecidas, tais como O Pagador de Promessas, de Dias Gomes. Três anos depois, voltou ao Ceará, fazendo parte da parte da primeira turma de formandos do curso de Artes Dramáticas da Universidade Federal do Ceará (UFC). A partir de 1964, já de regresso ao sudeste, começou uma prolífica carreira televisiva que lhe renderia mais de 40 novelas e um lugar no imaginário dos brasileiros.
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Emiliano Queiroz teve destaque em produções como Pai Herói (1979); Cambalacho (1986); As Filhas da Mãe (2001); Senhora do Destino (2004), entre outras. Em 2014 interpretou Padre Santo em Meu Pedacinho de Chão, outro papel de destaque. No entanto, provavelmente o seu trabalho que mais marcou os espectadores foi o de Dirceu Borboleta em O Bem-Amado, tanto na novela (1973), quanto na série (1980). No teatro, Emiliano interpretou a travesti Geni de Ópera do Malandro (1979), Veludo em A Navalha na Carne (1969), de Plínio Marcos, e Tonho em Dois Perdidos Numa Noite Suja (1971), também de Plínio Marcos. Entre muitos outros.
EMILIANO QUEIROZ: CINEMA
Emiliano Queiroz começou no cinema em O Lamparina (1964), participando a partir daí de várias produções ao longo das décadas. Se destacam em sua filmografia: Independência ou Morte (1972), Amor Maldito (1984), O Grande Mentecapto (1989), Stelinha (1990) – pelo qual ganhou o Kikito de Melhor Ator Coadjuvante no Festival de Gramado -, Tiradentes (1999), O Xangô de Baker Street (2001), Madame Satã (2002), e Casa de Areia (2005) e Feliz Natal (2008). Seu último trabalho no cinema, Avenida Beira-Mar (2024), está atualmente em cartaz no Festival do Rio e deve chegar em breve aos cinemas.
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