Escolhida a ONG que organizará o Festival de Brasília 2021

Publicado por
Marcelo Müller

Em 2020, o Festival de Cinema de Brasília correu o sério risco de não acontecer. Aliás, chegou a ser anunciado que o evento efetivamente não teria uma edição naquele ano. Depois de uma massiva manifestação da sociedade civil e de entidades ligadas ao cinema, a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal voltou atrás e conseguiu viabilizar uma programação online. Tombado como Patrimônio Cultural do Distrito Federal, o Festival de Brasília é um dos mais tradicionais encontros de cinema do Brasil, o mais longevo – nasceu em 1964, por iniciativa do crítico e historiador Paulo Emílio Sales Gomes, responsável pelo primeiro curso superior de cinema da Universidade de Brasília. Dentro de um modelo de gestão e organização que prevê a contratação de uma Organização da Sociedade Civil (OSC) via edital, já temos a confirmação que a 54ª edição está garantida. O resultado do processo seletivo foi divulgado no Diário Oficial do Distrito Federal.

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A Associação Amigos do Futuro foi confirmada como a vencedora do edital após o indeferimento dos recursos previstos na lei. A Secretaria de Cultura e Economia Criativa vai destinar R$ 2 milhões para a realização da programação que, segundo consta na proposta vencedora, além dos filmes das mostras competitivas de curtas e longas-metragens precisará ter rodas de conversas, atividades formativas e cerimônias de abertura e encerramento. Tudo vai novamente acontecer online. “Mesmo em formato on-line por mais um ano, manteremos a tradição do evento e aproveitaremos a oportunidade de abrangência nacional que o virtual nos dá para fazer mais uma edição histórica”, afirma a subsecretária de Economia Criativa e diretora executiva do FBCB, Érica Lewis. O secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues, reforça: “O Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, esse bem patrimonial do país, começa a agora a se preparar para mais uma edição singular”.

Na página oficial da Associação Amigos do Futuro no Instagram (@amigosdofuturobsb), consta a seguinte descrição: “Somos uma instituição que há 21 anos vem atuando no Distrito Federal e em outras capitais com diversos projetos. No começo nosso foco era prioritariamente na área ambiental e nossos primeiros projetos foram dois espaços dedicados à Educação Ambiental, a Ecoteca e o Espaço Água, construídos no Jardim Zoológico de Brasília, e também no mesmo espaço, a escola de Informática e Meio Ambiente. Depois vieram outros projetos como o Mercado do Futuro no Terraço Shopping, o Programa de Qualidade Ambiental em diversos órgãos do Governo Federal, o Programa Empresa Amiga do Futuro, que ajudou muitas empresas a criarem e implementarem seus Programas de Gestão Ambiental e o NETS – Núcleo de Estudos do Terceiro Setor”. Não há qualquer menção à vitória no edital ou mesmo exemplos de outras atuações relevantes no segmento cultural. Na página oficial da ONG no Facebook (@amigosdofuturo), há uma postagem fixada no topo, de dezembro de 2017, e algumas mais recentes, totalizando cinco em 2021, com abordagem prioritária de projetos ecológicos.

Confira aqui a publicação do resultado.

As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.
Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.