O primeiro período de quarentena na Espanha foi oficialmente encerrado há menos de um mês, quando as maiores cidades experimentaram a reabertura progressiva de comércios, serviços e mesmo aglomerações em ambientes fechados, incluindo cinemas, teatros e casas noturnas. No entanto, o resultado foi um acréscimo significativo nos casos de contaminação por Covid-19.
Por isso, o governo da Catalunha está solicitando a cerca de 4 milhões de habitantes que voltem a praticar o isolamento, permanecendo em casa o máximo possível. Os comércios fecham as portas para uma segunda quarentena, enquanto as salas de cinema encerraram as atividades mais uma vez. Apesar de priorizarem a saúde da população, as medidas são questionadas pelos empresários locais. No caso dos cinemas, o circuito exibidor se questiona sobre a capacidade de se sustentar economicamente após o novo fechamento.
LEIA MAIS
Redes de cinema vão à justiça nos Estados Unidos pelo direito de reabrir salas
Na China, 42% dos cinemas deve fechar as portas definitivamente
São Paulo pode antecipar abertura de cinemas para o fim de julho
“O novo fechamento dos cinemas é um desastre”, alega Camilo Tarrazón, presidente do Sindicato dos Exibidores Catalães, à Variety. “Ele sugere que as nossas salas de cinema não são seguras, apesar de termos implementado rigidamente as medidas de segurança, enquanto outras formas de lazer propícias ao contágio, como festas de rua, continuam permitidas em Barcelona”.
Tarrazón explica que o novo fechamento tende a dissuadir os grandes distribuidores de lançarem seus maiores filmes num futuro próximo, o que representaria um baque ainda maior às salas de cinema. A Espanha representa o quinto maior mercado de cinema do mundo, e 10% da renda provém da região da Catalunha. Atualmente, 267 salas de cinema pertencentes a 28 redes estavam em funcionamento, exibindo filme como a animação familiar Scooby! O Filme (2020).