Um estudo divulgado recentemente pela Ancine, a Agência Nacional do Cinema, comprovou aquilo que a experiência dos consumidores de audiovisual já sinalizavam: a oferta de conteúdo brasileiro nas plataformas de streaming é baixíssima. De acordo com o documento resultante do levantamento, que pode ser acessado e baixado na íntegra clicando aqui, apenas 10,9% de toda a amostragem levada em consideração pelo estudo minucioso é de origem brasileira. Isso mesmo. Um pouco mais de 10% de todos os filmes e séries ofertadas em serviços de streaming que operam no Brasil são brasileiros. Levando em consideração o protagonismo cada vez maior dessa modalidade de consumo audiovisual, podemos dizer que os abismos de espaço observados nas salas de cinema e nas TV por assinatura (sobretudo antes da lei de cotas aprovada em 2011) são reproduzidos nessa oferta por demanda. Para se ter uma ideia em números absolutos, dos 5,8 mil filmes e 1,8 mil séries presentes no catálogo do Prime Vídeo da Amazon, apenas 483 são brasileiros. Já na Netflix, somente 303 dos 5,2 mil títulos são produções nacionais.
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Conforme noticiamos recentemente (a notícia está relacionada logo acima), a Ancine está direcionando seus esforços para discutir a regulamentação dos streamings no Brasil. Na prática, isso pode significar que os streamings terão deveres e não apenas direitos ao operarem em solo brasileiro. Países considerados de primeiro mundo, tais como a França, por exemplo, têm uma política contundente nesse sentido. E o Brasil não pode se comportar como uma mina de ouro a ser explorada por empresas estrangeiras que não observam responsabilidade com o nosso mercado, certo? Voltando aos trilhos depois de quatro anos inviabilizada por um governo federal que não estava preocupado com a indústria audiovisual, a Ancine marca um gol de placa com esse mapeamento que nos auxilia a compreender um panorama que precisa ser drasticamente alterado em favor da disseminação de filmes e séries brasileiros.
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