Categorias: LançamentosNotícias

Eternos é banido em países do Oriente Médio por causa de personagem homossexual

Publicado por
Marcelo Müller

Um dos grandes lançamentos do mês de novembro, Eternos (2020) é a mais nova aposta da Marvel para engajar o público ávido por filmes baseados em histórias em quadrinhos. Mas, um elemento está gerando a fúria de países nos quais a homofobia é utilizada como política de Estado. Isso porque o longa-metragem protagonizado por um time de seres milenares conta com o primeiro personagem abertamente homossexual do Universo Cinematográfico Marvel. E, de acordo com o site norte-americano Deadline, por conta disso o filme não será exibido em alguns países do Oriente Médio, mais especificamente na Arábia Saudita, no Catar, no Kuwait, no Bahrein e em Omã. Vê se pode uma coisa dessas, em pleno ano de 2021? Bom, isso é apenas a ponta do iceberg, haja vista que a produção também vem sofrendo uma espécie de boicote pela ala nerd mais conservadora (aliás, de onde surgiu isso de “nerd conservador”?).

LEIA MAIS
Episódios de 30 Rock com blackface serão banidos a pedido de Tina Fey
Os pareceres (ignorantes) da censura imposta pela Ditadura ao cinema brasileiro
Oscar 2021 :: China cogita censurar cerimônia após indicação de filme político

De acordo com o veículo estadunidense, os órgãos censores de Arábia Saudita, Bahrein e Omã solicitaram à Disney que cortasse especificamente cenas de intimidade homossexual e o estúdio negou. Por isso, os respectivos certificados de exibição não foram emitidos. Já no Kuwait e no Qatar, a questão complicadora não foi apenas o romance gay, mas a representação de divindades e profetas, algo historicamente muito sensível para tais mercados. Já em Emirados Árabes Unidos, Jordânia, Líbano e Egito, o filme será lançado com uma versão na qual são limados quaisquer traços de intimidade – seja hétero ou homossexual – prática considerada corriqueira nesses mercados.

As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.
Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.