A atriz Eva Wilma faleceu na noite deste sábado, 15 de maio de 2021, em São Paulo. Ela estava há exatamente um mês (desde 15 de abril) internada no Hospital Albert Einstein, para o tratamento de problemas cardíacos provenientes de um câncer de ovário. Viúva, havia sido casada duas vezes, com os também atores John Herbert (1955-1976) e Carlos Zara (1977-2002). Com o primeiro teve dois filhos, Vivien Buckup e John Herbert Junior. Ela deixa ainda cinco netos: Miguel e Mateus, filhos de Vivien, e Gabriela, Francisco e Vitorio, filhos de Junior.
Eva Wilma Riefle Buckup Zarattini nasceu em 14 de dezembro de 1933 na cidade de São Paulo, SP. Iniciou a carreira artística aos 19 anos, como bailarina, ao se apresentar nas comemorações do centenário da capital paulista. Abandonou a dança logo depois, no entanto, após receber convites para integrar o Teatro de Arena e o programa Alô Doçura, da TV Tupi. Essa atração, na qual dividia a cena com John Herbert – com quem viria a se casar logo depois – foi o seu primeiro grande sucesso, tendo permanecido no ar por dez anos. Ao longo de uma carreira de mais de 6 décadas estrelou diversas novelas, como as versões originais de Mulheres de Areia (1973) – como as gêmeas Ruth e Raquel, papeis que no remake seriam de Gloria Pires – e A Viagem (1975) – como Dinah, personagem que depois seria vivido por Christiane Torloni. Ela também ficou marcada pela vilã Altiva, de A Indomada (1997). Por estes três desempenhos foi considerada a “melhor atriz de televisão do ano” pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA).
No mesmo ano em que estreou na televisão, também marcou presença pela primeira vez na tela grande, em uma participação na comédia Uma Pulga na Balança (1953), ao lado de Paulo Autran. Será para sempre lembrada, no entanto, por suas atuações nos dramáticos Cidade Ameaçada (1960), de Roberto Farias, e São Paulo: Sociedade Anônima (1965), de Luiz Sérgio Person. Esse desempenho chamou a atenção até mesmo de Alfred Hitchcock, que a convidou para um teste para o filme Topázio (1969). Ela, no entanto, acabou recusando, por não querer se afastar do Brasil e da família (marido e filhos).
Frequente também nos palcos, ganhou os prêmios Shell, Sharp e Molière pela peça Querida Mamãe, de 1994. Em São Paulo há o Theatro Eva Wilma, em sua homenagem, inaugurado em 2003. Uma das últimas homenagens que recebeu foi o Troféu Cidade de Gramado, no Festival de Gramado, em 2012, pelo conjunto de sua obra no cinema.
Assim como estreou simultaneamente no cinema e na televisão, ela também se despediu de ambos ao mesmo tempo. Em 2018 registrou suas últimas atuações: na novela O Tempo Não Para, de Mario Teixeira, e no curta-metragem Minha Mãe, Minha Filha, de Alexandre Estevanato.
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