O Festival Latinoamericano deLa ClaseObrera (Felco) realiza sua primeira mostra cinematográfica em Porto Alegre, RS. Será exibida uma série de 25 produções, entre curtas, média e longas metragens relacionadas a lutas e movimentos sociais. O Felco realiza-se no CineBancários entre os dias 24 e 29 de janeiro, com entrada franca. As sessões ocorrem às 15h, 17h e 19h. A Programação integra o Fórum Social Temático.
PROGRAMAÇÃO
PROGRAMA 1 – Duração: 105 minutos
Causos, direção coletiva (RS, documentário, 10 minutos)
Documentário que expõe a polêmica remoção das famílias da Vila Dique, em Porto Alegre.
O filme documenta a luta dos(as) catadores(as) da cooperativa de reciclagem da Granja Julieta, de São Paulo. A identidade com a classe trabalhadora se dá pelo processo de inserção daqueles considerados socialmente como ”marginalizados” ao processo de trabalho autogestionário, e a politização constante dos elementos que compõem o cotidiano da cooperativa.
O documentário traz a produção artística do grupo de graffiti Gente Muda do Capão Redondo nos anos de 2007/08, revelando o cotidiano das intervenções e sua aceitação na cidade.
Itaqui re-vida, de XsugX e Jota (PR, documentário, 11 minutos)
O Jardim Itaqui, área do Estado do Paraná, é localizado na região metropolitana de Curitiba, em área de manancial. Por não ter acesso ao saneamento básico, luz, escolas e creches, posto de saúde e como se não bastasse, por ser ameaçado de despejo por uma mineradora que explorava areia dentro da vila também pela venda de terrenos já ocupados por dois irmãos grileiros, é que a comunidade deu início às lutas.
Jd. Prainha – Uma Casa Foi Demais, direção coletiva (SP, ficção, 12 minutos)
O vídeo documenta a reação e o processo de mobilização dos moradores do Jd. Prainha, comunidade do distrito do Grajaú, na zona sul de São Paulo, frente à derrubada de uma casa e à ameça de despejo.
Qual Centro?, direção coletiva (SP, documentário, 15 minutos)
O filme debate o projeto de revitalização da região central da cidade de São
Paulo tendo como personagens os moradores de uma ocupação num posto de gasolina e toda sua luta pelo direito à moradia.
Tucuruí, a Saga de um Povo, de Sílvia Alvarez (PA, documentário, 16 minutos)
O vídeo mostra que os mais de 25 anos de funcionamento da barragem de Tucuruí não significaram desenvolvimento para a região. Centenas de atingidos continuam sem indenização e as famílias que moram perto da hidrelétrica não têm luz elétrica e condições dignas de vida. Enquanto isso, a indústria do alumínio, maior beneficiada com a energia gerada pela barragem, vai lucrando. Além da denúncia, este material se preocupa em mostrar a luta e a esperança do povo de Tucuruí por seus direitos e por uma sociedade menos desigual.
PROGRAMA 2 – Duração: 145 minutos
Circuito Interno, de Júlio Martí (SP, ficção, 13 minutos)
Elias, um imigrante boliviano ilegal, pressionado por seus colegas de trabalho, busca uma forma de batizar seu sobrinho. Através da sua jornada de trabalho acompanhamos o cotidiano do abusivo universo nas oficinas de costura espalhadas no centro de São Paulo. Esta é uma obra ficcional, baseada em uma exploração factual.
Entre Nós, Dinheiro, de Renan Rovida (SP, ficção, 25 minutos)
É churrasco de fim de ano na firma, o Bar do Velho Cuba, e o que era para ser uma festa é trabalho para os funcionários. As relações mediadas pelo dinheiro e pela exploração se juntam ao discurso democrático do patrão e à sua própria ilusão no crescimento econômico do país. Trabalhando, é possível enriquecer? Um dia de “festa” na periferia do Capital.
Jennifer, uma garota de 17 anos moradora da Vila Nova Cachoeirinha, manipula suas fotos no Photoshop para ficar mais bonita e mais clara com cabelos lisos. Num momento de sua vida em que se torna adulta, procura emprego, procura se relacionar com alguém que ela ame, Jennifer vive dilemas relativos à sua identidade numa sociedade que está calcada nos significados de branquitude.
Videocriação em oito cenas realizadas a partir da observação de situações vivenciadas na Praça da Sé em São Paulo.
Videolência, de Daniel Fagundes, Diego ff. Soares, Paulo Pucci e Fernando Solidade Soares (SP, documentário, 58 minutos)
Uma reflexão sobre a recente manifestação audiovisual que a periferia propõe, discutindo os velhos padrões televisivos, política e sociedade dentro do movimento de vídeo popular, abordando suas próprias deficiências e apontando os valores desta nova produção.
PROGRAMA 3 – Duração: 123 minutos
America Lucha! – V Congresso de la CLOC, direção coletiva (Equador/Brasil, documentário, 27 minutos)
Tendo como mote o V Congresso da Coordenação Latino Americana de Organizações do Campo (CLOC-Via Campesina), ocorrido em Quito/Equador, em outubro de 2010, o vídeo mostra a luta dos movimentos sociais do campo contra o saqueio do capital e do império, pela terra e pela soberania dos povos da América Latina.
Entre Rios, de Caio Silva Ferraz (SP, documentário, 25 minutos)
A história de São Paulo e como essa está totalmente ligada com seus rios. Muitas vezes no dia-a-dia frenético de quem vive São Paulo eles passam desapercebidos e só se mostram quando chove e a cidade pára.
Flower Town, de Diogo Noventa (SP, ficção, 13 minutos)
O vídeo realizado com câmera de segurança narra uma situação no portão de acesso à cidade de Flower Town, onde dois guardas controlam a entrada e saída de civis.
No Meio do Caminho, de André Gomes e Luma Reis (SP, ficção, 14 minutos)
Um retrato da vida, onde os personagens são coletivos, e também expressões sociais. A cidade de São Bernardo do Campo é o pano de fundo para contar uma história comum nas grandes metrópoles brasileiras: dois jovens em uma moto indo para casa são abordados por policiais. “Enquadrados”, cada um expõe seu ponto de vista ante a simples pergunta “Onde você está indo?”. Sob a suspeita dos policiais, o resultado pode não ser apenas a violência.
O Paraíso em Suas Mãos, de Carolina Ghidetti (SP, ficção, 14 minutos)
Bandeiras, panfletos e discursos. Na cidade que não pára, todos trabalham para a Grande Construção.
Variante, de Pietro Picolomini e Ester Fér (SP, documentário, 30 minutos)
4h00, segunda-feira, estação de trem Estudantes, Mogi das Cruzes, São Paulo. Começa mais uma jornada na vida de quase meio milhão de pessoas, que dependem do trem para se deslocarem diariamente de suas casas, nas cidades periféricas da zona leste da Grande São Paulo, à capital paulista. O filme traça um olhar polifônico sobre essa viagem; arte, religião e trabalho são alguns dos aspectos retratados entre as múltiplas realidades deste local. O trem é observado como um espaço em contínuo processo de significação e reutilização: um permanente variante.
PROGRAMA 4 – Duração: 152 minutos
Entrevias, de Mario Cezar Rabello, Patricia Alencar e Tche Araujo (SP, documentário, 40 minutos)
O documentário propõe reflexões sobre intervenções urbanas a partir de grupos de diferentes vertentes artísticas que atuam na cidade de São Paulo.
Grajaú, Onde São Paulo Começa, de João Cláudio de Sena (SP, documentário, 25 minutos)
Articulado a partir da ideia de um streetmovie, o filme conduz sua narrativa a partir dos percursos e inquietações de vários artistas que vivem no Grajaú, carente e populoso bairro no extremo sul da cidade de São Paulo às margens da maior represa urbana do mundo. Fugindo dos estereótipos de exotização da violência e pobreza, o documentário busca construir a imagem deste imenso bairro paulistano, com mais de 500 mil habitantes, através da produção artística e de sua peculiar localização geográfica.
Grajaú, um Desenho de Cultura, direção coletiva (SP, documentário, 39 minutos)
Por que fazer um mapeamento dos ativistas culturais do Grajaú? Qual o intuito? Por que fazer um documentário sobre esse mapeamento? Como seria isso? Ninguém melhor que os próprios movimentos de cultura em questão pra responder essas perguntas, não? Artistas do distrito do Grajaú discutem como fazer um documentário e qual o potencial de sua arte no contexto em que vivem e trabalham.
O Sequestro da Cultura Brasileira, de Bruno Rico (SP, ficção, 33 minutos)
Filme sobre a tragifarsa da cultura brasileira. Cinco homens invadem um museu e roubam um quadro valiosíssimo, mas perdem um companheiro no assalto. A discussão sobre o que fazer desenvolve-se em meio a ambiguidades entre o crime, a arte, e inserções de trechos de Leone, Welles e Sganzerla. “ – O que é isso?! Meia dúzia querendo salvar a cultura brasileira! A cultura brasileira é coisa pra meia dúzia!”
Vila das Torres 2014, de Willian C. Duarte, Marta P. Santos, Lúcia Pego, Bruno Mancuso (SP, documentário, 15 minutos)
Um bate-bola bem humorado em torno do mega evento midiático, a “Copa do Mundo de Futebol de 2014”, visto a partir do ponto de vista de moradores da Vila das Torres, uma comunidade carente situada na região central de Curitiba. Como a Vila das Torres é vista entre os pontos turísticos de Curitiba? A Copa do Mundo trará algum benefício para esta comunidade? Como os moradores da Vila das Torres podem se organizar para fazer parte deste jogo? A partida já começou, vista as chuteiras e bola pra frente!
PROGRAMA 5 – Duração: 70 minutos
Sagrada Terra Especulada, direção coletiva (DF, documentário, 70 minutos)
A luta ideológica entre a permanência de uma comunidade indígena Fulni-ô, localizada no plano-piloto de Brasília, e a construção do bairro Setor Noroeste, destinado à classe alta do Distrito Federal. A questão da necessidade de novas construções, da sustentabilidade e a cobertura da imprensa são trazidas em uma linguagem simples e direta. Narrado pelo rapper Gê-Ó-Gê, é um grito contra a especulação imobiliária e pelo respeito à diversidade.
PROGRAMA 6 – Duração: 70 minutos
TAVA- Paraguay Tierra Adentro, de Lucas Keese, Lucía Martin e Mariela Vilchez (Paraguai/Argentina/Brasil, ficção, 70 minutos)
Combinando herança cultural indígena a perspectivas de emancipação socialista, o assentamento Tava Guaraní segue resistindo frente aos latifúndios de monocultura e aos ataques da elite agrária em seu país, o Paraguai.
Confira os dias e horário de cada programa!
24 de janeiro (terça-feira)
15h – Programa 1 (105 minutos)
17h – Programa 3 (123 minutos)
19h – Programa 2 (145 minutos)
25 de janeiro (quarta-feira)
15h – Programa 4 (152 minutos)
18h – Lançamento do documentário “A década da perversidade” de Hique Montanari
26 de janeiro (quinta-feira)
15h – Programa 5 (70 minutos)
17h – Programa 6 (70 minutos)
19h – Programa 4 (152 minutos)
27 de janeiro (sexta-feira)
15h – Programa 3 (123 minutos)
17h – Programa 1 (105 minutos)
19h – Programa 2 (145 minutos)
28 de janeiro (sábado)
15h – Programa 1 (105 minutos)
17h – Programa 3 (123 minutos)
19h – Programa 4 (152 minutos)
29 de janeiro (domingo)
15h – Programa 6 (70 minutos)
17h – Programa 5 (70 minutos)
19h – Programa 2 (145 minutos)
Fonte: CineBancários