No dia 21 de fevereiro, o 70º Festival Internacional de Cinema de Berlim apresentou os dois primeiros filmes na disputa pelo Urso de Ouro. Um deles, em particular, chamou a atenção: o argentino El Prófugo (2020), dirigido por Natalia Meta. O estranho thriller psicossexual com toques de comédia trash demonstra, desde o primeiro dia da competição oficial, a ousada postura do novo diretor artístico da Berlinale, Carlo Chatrian, em relação ao antecessor Dieter Kosslick.
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Em El Prófugo (algo como “O Intruso”), Érica Rivas (a noiva sangrenta de Relatos Selvagens, 2014) interpreta Inés, cantora e dubladora que passa por um trauma com o namorado durante uma viagem. A partir deste momento, passa a ser perseguida por uma presença estranha que controla, entre outros, as vozes que saem de seu corpo. O filme flerta tanto com o terror trash quanto com o suspense psicológico, fazendo ótimo uso dos enquadramentos e do talento de sua atriz principal. Leia a nossa crítica.
Menos empolgante foi o representante italiano na competição oficial, Volevo Nascondermi (2020). A biografia do pintor italiano Antonio Ligabue traz Elio Germani num papel certamente muito comprometido, mas também exagerado nas catarses e gritos do artista, vítima de problemas mentais. O diretor Giorgio Diritti parece se interessar principalmente pela excepcionalidade de seu personagem, o que levanta algumas questões éticas sobre o ponto de vista do filme. Leia a nossa crítica.
Além das sessões em competição oficial, a Disney/Pixar apresentou sua nova animação em sessão especial. Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica (2020), dirigido por Dan Scanlon, traz a história de dois garotos que sofrem com a perda do pai. Quando descobrem uma magia capaz de trazê-lo de volta, fazem uma viagem em busca dos elementos que poderão concretizar a profecia. Mais uma vez, a Pixar capricha nos efeitos técnicos e na narrativa emocionante. Leia a nossa crítica.
Finalizando o dia, Los Conductos (2020) foi um dos primeiros filmes brasileiros exibidos na Berlinale. Na verdade, a produção é majoritariamente colombiana, com direção de Camilo Restrepo, embora traga o Brasil entre os coprodutores. Reservada à nova seção “Encounters”, que destaca novas formas de cinema, a narrativa filmada em 16mm apresenta a vida de um bandido em fuga, que reflete sobre sua situação marginal. A trama é adaptada de um poema de Gonzalo Arango. Leia a nossa crítica.
:: Confira nosso especial com a cobertura completa da Berlinale 2020 ::
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