Três dias após ganhar o Urso de Ouro no Festival de Berlim por There Is No Evil, o diretor Mohammad Rasoulof foi preso pelo governo do Irã. Segundo seu advogado, Rasoulof recebeu um comunicado via mensagem de texto para cumprir a sentença de um ano no cárcere.
Em 2011, o diretor foi condenado pela Justiça iraniana a seis anos de prisão e outros 20 proibido de rodar novos filmes, sob a alegação de ter feito propaganda contrária ao atual governo. Posteriormente, a sentença foi suspensa e Rasoulof pôde deixar a prisão após pagar fiança. Em 2017, ele teve seu passaporte retido pelo governo após comparecer ao Festival de Telluride para apresentar A Man of Integrity, vencedor da mostra Un Certain Regard no Festival de Cannes do mesmo ano. Desde então, não deixou mais o Irã.
Devido à situação, Rasoulof não compareceu à cerimônia de premiação da Berlinale deste ano mas participou da coletiva de imprensa realizada no evento, através de uma transmissão via celular. Quem recebeu o Urso de Ouro foi sua filha, Baran Rasoulof, que é também protagonista de There Is No Evil.
A situação é bastante parecida à vivenciada pelo diretor Jafar Panahi, também banido do cinema e que também roda seus filmes de forma clandestina. Curiosamente, Panahi também venceu o Festival de Berlim, em 2015, com Táxi Teerã.
There Is No Evil ainda não tem previsão de estreia nos cinemas brasileiros. Confira nossa crítica!
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