A escolha do filme de abertura em um grande festival constitui uma aposta arriscada. Por um lado, os curadores costumam buscar uma produção leve e acessível, de preferência com grandes estrelas que possam comparecer ao tapete vermelho e chamar atenção ao evento que se inicia. Por outro lado, o título selecionado tampouco pode fugir completamente ao resto da seleção, precisando ditar o tom da mostra competitiva que vem a seguir.
O Festival de Berlim já trouxe excelentes filmes de abertura, como Ilha dos Cachorros em 2018, apenas para ser muito criticado no ano seguinte com o fraquíssimo The Kindness of Strangers. Agora, com um novo grupo de curadores, 70ª Berlinale começa com My Salinger Year (2020), drama canadense-irlandês baseado no livro homônimo de Joanna Rakoff.
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Na trama, situada na Nova York dos anos 1990, uma jovem estagiária (Margaret Qualley, de Era uma Vez em Hollywood) é contratada pela agente literária Margaret (Sigourney Weaver) para responder aos e-mails do famoso escritor J.D. Salinger. O filme é descrito pelo curador Carlo Chatrian como “uma história de passagem à fase adulta, trazendo o ponto de vista inusitado da protagonista que não é nada ingênua”.
My Salinger Year é dirigido pelo canadense Philippe Falardeau, mais conhecido pelos filmes O que Traz Boas Novas (2011) e A Boa Mentira (2014). “Nós não poderíamos ter imaginado um melhor lugar para a estreia mundial”, comemorou o cineasta em comunicado oficial. O 70º Festival de Berlim ocorre entre os dias 20 de fevereiro e 1 de março, com cobertura diária do Papo de Cinema.