Festival de Berlim 2020 :: There Is No Evil, drama sobre a pena de morte no Irã, vence o Urso de Ouro

Publicado por
Bruno Carmelo

Na noite de 29 de fevereiro, o 70º Festival Internacional de Cinema de Berlim apresentou os vencedores da edição 2020, de acordo com o júri presidido por Jeremy Irons. There Is No Evil, última produção apresentada na mostra competitiva, venceu o Urso de Ouro, prêmio máximo do festival.

O filme dirigido por Mohammad Rasoulof traz quatro histórias independentes sobre homens obrigados a executarem prisioneiros condenados à morte no Irã. O troféu foi recebido pelos atores e dedicado ao cineasta, proibido pelo regime iraniano de sair do país. O projeto foi realizado em segredo, com o elenco correndo o risco de sanções pelo trabalho.

 

There Is No Evil

 

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O Urso de Prata, espécie de segundo lugar do festival, foi entregue a Never Rarely Sometimes Always, drama sobre o aborto nos Estados Unidos. Além deles, Hong Sang-soo foi escolhido o melhor diretor. Os cinemas italiano e alemão foram particularmente recompensados nesta noite, que entregou mais um prêmio ao cinema brasileiro: Los Conductos, coprodução com França e Colômbia, foi eleita o melhor filme de estreia.

Confira a lista completa de vencedores:

Mostra Competitiva
Urso de Ouro de melhor filme: There Is No Evil (Alemanha/República Tcheca/Irã), de Mohammad Rasoulof
Urso de Prata de melhor filme: Never Rarely Sometimes Always (Estados Unidos), de Eliza Hittman
Urso de Prata de melhor diretor: Hong Sang-soo, The Woman Who Ran (Coreia do Sul)
Urso de Prata de melhor atriz: Paula Beer, Undine (Alemanha/França)
Urso de Prata de melhor ator: Elio Germano, Volevo Nascondermi (Itália)
Urso de Prata de melhor roteiro: Fabio e Damiano d’Innocenzo, Favolacce (Itália/Suíça)
Urso de Prata de contribuição artística: Jürgen Jürges, pela direção de fotografia de DAU. Natasha (Alemanha/Ucrânia/Reino Unido/Rússia)
Urso de Prata do 70º aniversário: Delete History (França/Bélgica), de Gustave Kervern e Benoît Delépine

Mostra Encounters
Melhor filme: The Works and Days (of Tayoko Shiojiri in the Shiotani Basin) (Estados Unidos/Suécia/Japão/Reino Unido), de C.W. Winter e Anders Edström
Prêmio especial do júri: The Trouble With Being Born (Áustria/Alemanha), de Sandra Wollner
Melhor direção: Cristi Puiu, por Malmkrog (Romênia/Sérvia/Suíça/Suécia/Bósnia/Macedônia do Norte)
Menção especial: Isabella (Argentina/França), de Matías Piñeiro

Documentário
Melhor documentário: Irradiated (França/Camboja), de Rithy Panh
Menção especial para documentário: Notes From the Underworld (Áustria), de Tizza Covi e Rainer Frimmel

Filme de estreia
Melhor longa-metragem de estreia: Los Conductos (França/Colômbia/Brasil), de Camilo Restrepo
Menção especial para longa-metragem de estreia: Naked Animals (Alemanha), de Melanie Waelde

Curta-metragem
Urso de Ouro de curta-metragem: T (Estados Unidos), de Keisha Rae Witherspoon
Urso de Prata de curta-metragem: Filipiñana (Filipinas/Reino Unido), de Rafael Manuel
Prêmio Audi de curta-metragem: Genius Loci (França), de Adrien Mérigeau

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Crítico de cinema desde 2004, membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema). Mestre em teoria de cinema pela Universidade Sorbonne Nouvelle - Paris III. Passagem por veículos como AdoroCinema, Le Monde Diplomatique Brasil e Rua - Revista Universitária do Audiovisual. Professor de cursos sobre o audiovisual e autor de artigos sobre o cinema. Editor do Papo de Cinema.

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