A notícia já circulava no meio cinematográfico há alguns dias, mas agora o Festival Internacional de Cinema de Berlim confirmou os rumores: devido à pandemia de Covid-19, a edição tradicional, em salas, foi descartada pelos organizadores em 2021. Até o mês de novembro, os diretores Carlo Chatrian e Mariette Rissenbeek trabalhavam com a possibilidade de exibições com número reduzido de pessoas, mas o aumento da contaminação na Alemanha tornou esta opção inviável.

Assim, a 71ª Berlinale ocorrerá em duas etapas distintas: a primeira, em março, será voltada apenas à indústria do cinema. Plataformas virtuais destinadas ao European Film Market, Berlinale Co-Production Market, Berlinale Talents e World Cinema Fund serão lançadas para garantir que distribuidores e outros profissionais tenham acesso às novas produções mundiais ainda no primeiro trimestre – uma condição essencial para programar lançamentos e sustentar o mercado de cinema.

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Os diretores da Berlinale, Carlo Chatrian e Mariette Rissenbeek. Foto: Alexander Janetzko 2019

 

Já o público assistirá a títulos pré-selecionados numa edição reduzida prevista para o mês de junho, incluindo tanto exibições nos cinemas quanto ao ar livre. As tradicionais Mostra Competitiva, Mostra Panorama, Mostra Forum e Mostra Encounters serão mantidas, com títulos divulgados à imprensa em fevereiro. O júri assistirá às obras e entregará os prêmios ainda na primeira etapa do festival. Deste modo, os espectadores da parte do festival estarão cientes dos vencedores do ano.

“Com as mudanças no formato do festival em 2021, nós teremos a oportunidade de proteger a saúde de todos os convidados e apoiar a retomada da indústria de cinema. Com o evento de verão, queremos celebrar um festival feito para o cinema, e oferecer ao público da Berlinale a experiência comunitária de cinema e de cultura pela qual tanto esperamos”, declarou Rissenbeek.

O novo formato deixa algumas questões não esclarecidas pelo comunicado sucinto da Berlinale: de que maneira a imprensa participará das duas etapas, e como se dará o acesso às obras? O número de jornalistas será reduzido, a exemplo de outros eventos híbridos (caso de Toronto e Sundance)? Quais critérios serão adotados para selecionar obras à segunda etapa? Os produtores prometem novos esclarecimentos nas próximas semanas.

As duas abas seguintes alteram o conteúdo abaixo.
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Crítico de cinema desde 2004, membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema). Mestre em teoria de cinema pela Universidade Sorbonne Nouvelle - Paris III. Passagem por veículos como AdoroCinema, Le Monde Diplomatique Brasil e Rua - Revista Universitária do Audiovisual. Professor de cursos sobre o audiovisual e autor de artigos sobre o cinema. Editor do Papo de Cinema.
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