Céline Sciamma, Hong Sang-Soo, Radu Jude, Xavier Beauvois. “Entre os filmes convidados, a maioria vem de artistas que já estiveram no festival antes”, explicam os curadores a respeito da Mostra Competitiva do 71º Festival Internacional de Cinema de Berlim. “Podemos dizer que a ruptura provocada pelos eventos de 2020 levou os cineastas a encontrarem soluções criativas e criarem filmes profundamente pessoais. A Competição é menos rica em números, porém densa em conteúdo e estilo”, afirma o curador Carlo Chatrian.
De fato, a Competição de Berlim costuma trazer entre 22 e 23 filmes anualmente, mas diversos fatores justificam a redução de títulos selecionados. Primeiro, o fato que a pandemia atrasou diversas produções, que não puderam ser finalizadas a tempo. Segundo, confirme admitido pelos organizadores, alguns cineastas e produtores não teriam aceitado exibir seus filmes em formato online, preferindo esperar por outros festivais ao longo do ano (Cannes e Veneza, principalmente) onde a edição presencial resta uma possibilidade. Terceiro, diante das limitações das exibições virtuais, um número reduzido de filmes permite que se preste mais atenção aos escolhidos, ao invés de se dispersar numa seleção vasta demais. De fato, a primeira etapa da Berlinale terá apenas uma semana de duração, contra as duas semanas da versão presencial.
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Por isso, em termos geográficos, esta se torna uma das edições menos representativas da Berlinale. O evento que costuma dar grande atenção ao cinema do mundo inteiro se torna mais fortemente europeu em 2021, e sobretudo, mais alemão. Costuma-se encontrar três, no máximo quatro filmes alemães na competição, entre os 22 títulos selecionados de costume. Este ano, há seis produções locais entre os 15 títulos que disputam o Urso de Ouro. Nenhum filme africano compõe o grupo, e apenas uma produção mexicana representa a produção latino-americana.
Em contrapartida, a Mostra Berlinale Special deve chamar atenção pela grande quantidade de filmes que participam à temporada norte-americana de premiações. The Mauritanian, estrelado por Jodie Foster, tem despertado a atenção da indústria, assim como French Exit, com Michelle Pfeiffer. Já o aguardado documentário Tina relembra a carreira de Tina Turner.
Confira todos os filmes da Mostra Competitiva e Berlinale Special:
Mostra Competitiva
Drift Away, de Xavier Beauvois (França)
Bad Luck Banging or Loony Porn, de Radu Jude (Romênia / Luxemburgo / Croácia / República Tcheca)
Fabian – Going to the Dogs, de Dominik Graf (Alemanha)
Ballad of a White Cow, de Behtash Sanaeeha e Maryam Moghaddam (Irã / França)
Wheel of Fortune and Fantasy, de Ryusuke Hamaguchi (Japão)
Mr Bachmann and His Class, de Maria Speth (Alemanha)
I’m Your Man, de Maria Schrader (Alemanha)
Introduction, de Hong Sangsoo (Coreia do Sul)
Memory Box, de Joana Hadjithomas, Khalil Joreige (França / Líbano / Canadá / Qatar)
Next Door, de Daniel Brühl (Alemanha)
Petite Maman, de Céline Sciamma (França)
What Do We See When We Look at the Sky?, de Alexandre Koberidze (Alemanha / Geórgia)
Forest – I See You Everywhere, de Bence Fliegauf (Hungria)
Natural Light, de Dénes Nagy (Hungria / Letônia / França / Alemanha)
Una Película de Policías, de Alonso Ruizpalacios (México)
Berlinale Special
Best Sellers, de Lina Roessler (Canadá / Reino Unido)
Courage, de Aliaksei Paluyan (Alemanha)
French Exit, de Azazel Jacobs (Canadá / Irlanda)
Je Suis Karl, de Christian Schwochow (Alemanha / República Tcheca)
Language Lessons, de Natalie Morales (Estados Unidos)
Limbo, de Cheang Soi (Hong Kong / China)
The Mauritanian, de Kevin Macdonald (Reino Unido)
For Lucio, de Pietro Marcello (Itália)
Tides, de Tim Fehlbaum (Suíça / Alemanha)
Tina, de Dan Lindsay, T. J. Martin (Estados Unidos)
Who We Were, de Marc Bauder (Alemanha)