O Papo de Cinema está mais uma vez na capital alemã para cobrir o Festival de Berlim. Nosso editor-chefe, Robledo Milani, segue empenhado em trazer para você a melhor cobertura da Berlinale 2023 – modéstia à parte, claro. Nesta quinta-feira, 16, ele acompanhou duas coletivas de imprensa muito aguardadas e movimentadas, a do júri oficial do evento e também a do filme que abriu a programação oficial, She Came To Me (2023), cuja crítica você pode ler clicando aqui. Sobre o júri , vale destacar previamente que ele é presidido por Kristen Stewart e conta com Golshifteh Farahani, Valeska Grisebach, Radu Jude, Francine Maisler, Carla Simon e Johnnie To. Portanto, um colegiado diverso que tem a missão de determinar os principais vencedores do evento, incluindo aí aquele que levará para casa o tão cobiçado Urso de Ouro.
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Kristen Stewat começou falando sobre o espanto que sentiu ao receber o convite para ser a presidente do júri: “Nunca imaginei receber tamanha honra. Espero que esse festival seja um momento de troca, pois tenho a expectativa de aprender bastante com cada um dos seus colegas”. Por sua vez, Golshifteh Farahani lembrou que esteve na Berlinale pela primeira vez em 2009 e que retorna ao evento percebendo-o mais inclusivo e diverso. Entre outras manifestações dos jurados, se destacam a defesa de Johnnie To pela paixão ao fazer cinema, “não importando o orçamento que se tenha à disposição”, e da cineasta espanhola Carla Simon sobre a experiência de ter ganhado o Urso de Ouro de Melhor Filme por Alcarrás (2022) no ano passado: “ser premiada na Berlinale é transformador, há um antes e um depois, você nunca mais será o mesmo artista de antes. É uma honra incrível, até hoje não assimilei direito”.
Já na coletiva de imprensa sobre o filme de abertura estiveram presentes: Rebecca Miller (diretora), Anne Hathaway (atriz e produtora), Marisa Tomei (atriz), Peter Dinklage (ator), Joanna Kulig (atriz), Evan Ellison (ator) e Bryce Dessner (trilha sonora). Durante a conversa, Rebecca Miller afirmou ter tido a ideia ao acaso, primeiro pensando apenas nos personagens de Peter Dinklage e Marisa Tomei, e como o envolvimento dos dois acaba mudando tudo nas vidas de todos: “Eles foram a semente desse projeto. Tudo veio a partir deles”. O trio protagonista rasgou elogios à diretora. Peter Dinklage foi bastante efusivo nesse sentido: “O pintor precisa dos seus pincéis, o músico dos seus instrumentos, o escultor das suas ferramentas. Mas do que necessita o ator? De outros artistas, de roteiristas e diretores, de pessoas que decidam contar certas histórias e lembrem de nós para ajudá-los nesse processo. Sou muito grato por cada convite que recebo. Nunca poderia fazer esse filme dez anos atrás ou dez anos na frente. O fiz agora pois era a hora certa. E estou muito feliz com o resultado”.
Já Anne Hathaway e Marisa Tomei se manifestaram sofre o futuro do cinema e suas referências pessoais: “O cinema não irá morrer. Talvez se transforme, mas continuará entre nós. A civilização começou quando aprendemos a contar histórias uns aos outros. E isso nunca acabará”, afirmou Hathaway, que é também produtora. Já Tomei filosofou sobre sua personagem e revelou uma de suas inspirações: “Essa personagem é tudo o que não sou. Cinema, para mim, é essa viagem de corpo, mudar de alma, experimentar outras existências. Isso é o que me motiva (…) Minha maior referência é Giulietta Masina. Ela era única, uma atriz perfeita, que se transformava completamente a cada novo filme. Claro que nunca serei como ela, mas o que me impulsiona é seguir seu exemplo e ir em sua direção. Acho que estou fazendo minha parte quando me envolvo com filmes como esse”.
Continue acompanhando tudo sobre o 73º Festival de Berlim aqui no Papo de Cinema!
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