Martin Scorsese faz parte de um seletíssimo grupo de mestres ainda na ativa e criando obras-primas. Mas não é apenas a vitalidade e a excelência atual que o credenciam a ser merecidamente reverenciado mundo afora. O ítalo-americano que enxergou no cinema uma espécie de sacerdócio é um nome incontornável, por exemplo, quando falamos da Nova Hollywood, revolução cinemanovista que chacoalhou a meca do cinema norte-americano nos anos 1960/70 ao assimilar tendências narrativas e estilos das vanguardas europeias para retratar nas telonas os anseios de uma geração estadunidense contracultural que se opunha ao conservadorismo do pós-guerra nos anos 1950. Nesta quinta-feira, 21, o Festival de Berlim anunciou: ele será agraciado na 74ª edição do evento (que acontecerá na capital alemã entre os dias 15 e 25 de fevereiro) com o Urso de Ouro honorário, distinção reservada a artistas de obra e influência maiúsculas. A cerimônia de outorga da honraria acontecerá no dia 20 de fevereiro de 2024 no Berlinale Palast, o palco mais importante da Berlinale.
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“Para quem vê o cinema como a arte de contar histórias profundamente pessoais e universais, Martin Scorsese é um modelo insuperável. Seus filmes nos acompanharam como espectadores e seres humanos; seus personagens viveram em nós e cresceram dentro de nós. A sua visão da História e da humanidade nos ajudou a compreender e questionar quem somos e de onde viemos. Assassinos da Lua das Flores seu filme mais recente, é uma de suas maiores conquistas. Como o próprio Scorsese disse de forma tão eloquente, o filme é um ‘reconhecimento do nível de terror que a comunidade Osage suportou e, portanto, poderia proporcionar algum tipo de consolo’. Nos dá um imenso prazer receber mais uma vez um grande amigo do festival e lhe conceder o nosso mais importante prémio honorário”, afirmou a dupla de diretores da Berlinale formada Mariëtte Rissenbeek e Carlo Chatrian.